Eleições

PSB ainda indefinido sobre as eleições presidenciais

Enquanto uma ala do PSB defende o apoio a Geraldo Alckmin, outra quer viabilizar a candidatura de Joaquim Barbosa e a terceira, uma aliança com o PT

Editoria de Política
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Publicado em 30/01/2018 às 10:44
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Enquanto uma ala do PSB defende o apoio a Geraldo Alckmin, outra quer viabilizar a candidatura de Joaquim Barbosa e a terceira, uma aliança com o PT - FOTO: Foto: Agência Brasil
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A sete meses para o início oficial da campanha eleitoral deste ano, o PSB ainda não fechou uma unidade em torno da disputa presidencial. Em São Paulo, o vice-governador do Estado, Márcio França, defende uma aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Uma ala socialista contrária ao tucano reforçou a ofensiva para viabilizar a filiação e a candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Uma terceira via defende que a sigla retome a antiga aliança com o PT, como é o caso do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.

Em meio ao fogo cruzado, oficialmente, o PSB de Pernambuco diz que só irá se pronunciar sobre o palanque quando o governador Paulo Câmara – que é vice-presidente nacional do partido – retornar de período de férias nos Estados Unidos, no início de fevereiro. 

Joaquim Barbosa

O diretório do PSB mineiro capitaneia o manifesto em apoio ao ex-ministro do STF. Assim como Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Acre e Piauí vão divulgar manifestos nessa linha nas próximas semanas, segundo o líder socialista na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG). Ele e outros deputados do PSB – incluindo nomes pernambucanos – se reuniram com Barbosa, em Brasília, na última quinta-feira (25), um dia após o ex-presidente Lula (PT) ter a sua condenação confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Em reserva, um parlamentar do PSB pernambucano explicou que o nome de Joaquim Barbosa é visto como uma opção para evitar maiores divisões dentro da legenda. “Qualquer manifestação formal de apoio a um nome de fora da legenda, como o governador Geraldo Alckmin ou o ex-presidente Lula, não seria aceita por alas da sigla mais alinhadas a PSDB e PT”, disse.

Na reunião da última quinta-feira, Barbosa relatou incômodo com movimentos de alas do PSB contra sua candidatura. “Dissemos a ele que nem o Eduardo, que era governador de Pernambuco, presidente do partido e que teve toda uma história no partido, conseguiu unanimidade em 2014. É um trabalho de construção de candidatura e que vamos continuar fazendo”, disse Delgado.
No encontro, Barbosa teria admitido interesse em disputar a eleição presidencial deste ano, mas disse que só anunciará sua decisão oficial em março – o prazo para políticos que forem participar das eleições se filiarem a algum partido acaba em 7 de abril.

PT

Em outro cenário, também em reserva, aliados do governador Paulo Câmara analisam que o cenário nacional não deverá alterar as conversas existentes entre o PSB e o PT em Pernambuco. A leitura é que prevalecerá a questão local e da sobrevivência eleitoral; como tempo de TV e fundo partidário. Por repetidas vezes, o governador Paulo Câmara disse que o PSB se aproxima do caminho mais voltado para o centro-esquerda, o que poderia evidenciar uma tendência de proximidade mais ao PT do que ao PSDB.

Em conversa com o JC, Júlio Delgado disse, no entanto, que não há chance de o partido se alinhar com um dos dois partidos. No caso do PT, porque a situação de Lula, que está inelegível pela Lei da Ficha Limpa, deixa a sigla sem candidato. No caso do PSDB, porque seria difícil explicar uma aliança com o partido que integra o governo de Michel Temer (PMDB), se o PSB tem orientado votações contrárias às propostas pelo governo federal. Delgado é de Minas Gerais, reduto eleitoral do tucano Aécio Neves.

Em relação ao PT, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que “o PT deveria compreender que já cumpriu seu papel”. Sobre uma aliança com o PSDB, Siqueira disse que “desde Mário Covas que o PSB apoia o PSDB em São Paulo. Está na hora de ter uma rotatividade, de ter uma contrapartida, um reconhecimento. Não há nenhuma razão para que não se apoie. É importante que, ao invés de correr o risco de perder uma eleição, que se apoie um aliado”. 

Disputa presidencial

Siqueira, no entanto, afirmou que o partido ainda não tomou decisão sobre como se posicionará na disputa presidencial. De acordo com ele, a legenda está focada agora na construção de candidaturas a governador em nove Estados. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Tocantins e Espírito Santo. Presidente estadual do PSB, Sileno Guedes afirmou, em nota, que a discussão sobre a campanha presidencial “ainda não foi iniciada na esfera do PSB de Pernambuco. O diretório não se reuniu para a pauta”, afirmou.

Nesta terça-feira (30), o prefeito do Recife e secretário nacional do PSB, Geraldo Julio (PSB), evitou se aprofundar sobre o tema das eleições presidenciais, limitando-se a afirmar que o partido irá se reunir em março para definir eventuais candidaturas e alianças. "O PSB vai se reunir no mês de março para iniciar as discussões e começar a tomada de decisão sobre a eleição nacional", disse Geraldo, durante evento de autorização obras do saneamento integrado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cordeiro. 

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