Dirigentes do Partido dos Trabalhadores se reúnem em caráter emergencial nesta quinta-feira (05) para decidir os rumos a tomar após a decisão do STF desfavorável ao ex-presidente Lula. Caciques do partido já admitem que a prisão do petista é iminente. Lula, inclusive, já teria admitido a aliados que está fora das eleições.
Na sede de seu instituto, na capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava reunido, por volta das 12h30 desta quinta-feira, 5, com a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-deputado José Genoino, além de outros aliados.
O advogado José Roberto Teixeira, compadre de Lula e um dos integrantes de sua defesa, que também estava no local, saiu da sede do Instituto sem falar com a imprensa.
A ideia é formar um discurso uniforme entre os petistas para tentar 'isolar' o ex-presidente. Segundo criminalistas consultados pelo PT, Lula pode ser preso nas próximas horas. O partido vai decidir se Lula se entregaria ou esperaria ser preso na própria casa. As informações são da Folha de S. Paulo.
A prisão, que pode ser determinado pelo juiz federal Sérgio Moro a qualquer momento, não impede que o ex-presidente continue recorrendo. A defesa de Lula já prometeu entrar com novos embargos no próprio TRF-4. Pela legislação, o réu pode mover diversos embargos pedindo esclarecimentos sobre a condenação o que pode, eventualmente, ter efeito sobre a pena. Os primeiros embargos já foram negados pelos desembargadores do TRF-4.
Além dos embargos, Lula pode recorrer a dois tipos de recurso para tentar reverter a condenação. Os recursos especiais correm no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e alegam que alguma Lei Federal foi descumprida na decisão. Já os recursos extraordinários são movidos no Supremo Tribunal Federal (STF) argumentando que algum preceito constitucional foi descumprido. Esses recursos são mais demorados.
Pouco depois do voto decisivo da ministra Rosa Weber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, resignado, com um grupo restrito de pessoas que acompanhavam com ele o julgamento de seu pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), que "não iam dar o golpe para me deixarem ser candidato".
A frase foi interpretada por dirigentes e lideranças petistas como uma admissão de que está fora da disputa eleitoral, embora o PT publicamente insista em manter o discurso sobre a manutenção da candidatura de Lula à Presidência, mesmo que o ex-presidente vá para a cadeia. "Isso foi para tentar tirar o Lula da eleição, mas podemos registrar a candidatura dele, mesmo preso. Acredito que Lula vai ficar pouco tempo na prisão", afirmou o deputado estadual José Américo Dias (PT).