''Se eu for mal, todos no Brasil vão pagar um preço muito alto'', diz Bolsonaro

''Estamos no mesmo barco. Não quero fazer nada para mim. Se eu for mal, todos no Brasil vão pagar um preço muito alto'', afirmou o presidente eleito
Estadão Conteúdo
Publicado em 01/11/2018 às 19:57
''Estamos no mesmo barco. Não quero fazer nada para mim. Se eu for mal, todos no Brasil vão pagar um preço muito alto'', afirmou o presidente eleito Foto: Foto: CARL DE SOUZA / AFP


O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta quinta-feira (1º) que espera ver a reforma da Previdência aprovada ainda este ano no Congresso, ainda que não seja exatamente a que ele gostaria. "Não é a proposta que eu quero, a que o Paulo Guedes quer, é aquela que pode ser aprovada pela Câmara", afirmou. Ele declarou que será possível aproveitar quadros do governo Michel Temer (MDB) na área econômica, sem citar nomes; a decisão será de seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Estamos no mesmo barco. Não quero fazer nada para mim. Se eu for mal, todos no Brasil vão pagar um preço muito alto. Ninguém quer fazer maldade com ninguém, mas algumas reformas temos que fazer. Não queremos nos transformar numa Grécia", declarou o ex-capitão, depois de mencionar o caso dos privilégios de militares.

Ele disse também que em seu governo "as Forças Armadas não ficarão relegadas a segundo plano, como ficaram no governo Fernando Henrique Cardoso e do PT".

Afirmou também que seus ministros terão de cumprir metas. Para a área da economia, enumerou: "Inflação, taxa de juros, valor do câmbio, buscar reduzir dívida interna sem aumentar carga tributária". Ele evitou traçar meta para redução do desemprego

Sobre encontro com representante da embaixada dos Estados Unidos, ele disse que vive com a diplomacia do país "uma fase de lua de mel." Ao falar da possível mudança de cidade da embaixada brasileira em Israel - de Tel Aviv para Jerusalém -, afirmou que não há "clima pesado" para se fazer a transferência. "Não é uma questão de vida ou morte. Não teria que ter embaixada nenhuma naquela região. Nossa segurança em primeiro lugar."

Sobre a presidência da Câmara e do Senado disse que é preciso ter "humildade" e ceder espaço para aliados, desde que haja garantia de liberação da pauta para os projetos do governo.

Bolsonaro comentou a proposta do governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), um aliado, de "abater" criminosos armados de fuzil. "Temos que dar retaguarda jurídica ao policial. Se você faz isso, estimula a bandidagem a agir contra quem está do lado da lei. Não podemos deixar que o ativismo por parte de uns condene esses policiais."

Próxima cirurgia

Bolsonaro contou que sua próxima cirurgia será dia 12 de dezembro. Na terça-feira de manhã, irá do Rio para Brasília, com retorno na quinta-feira. Ele deu entrevista em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Repórteres de jornais, como o Estado, a Folha de S. Paulo, Valor e O Globo foram barrados.

Os nomes de quem podia entrar estavam numa lista lida à entrada por uma policial federal de sua segurança. Perguntado por repórteres sobre isso, ele disse que não barrou ninguém. "Eu tenho consideração por vocês. Não mandei restringir ninguém."

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