Líder do PT pede que Raquel investigue ex-servidora de Bolsonaro

A ex-servidora Nathália Aguiar foi citada em relatório do Conselho de Controles de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas na conta em nome do ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 07/12/2018 às 19:36
A ex-servidora Nathália Aguiar foi citada em relatório do Conselho de Controles de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas na conta em nome do ex-assessor de Flávio Bolsonaro Foto: Foto: Lula Marques/ AGPT/ Fotos Públicas


O deputado Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara, apresentou aditamento à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para que Nathália Aguiar, ex-servidora do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), seja incluída no pedido de representação criminal ajuizada nessa quinta-feira (6) para apurar "possíveis ilícitos criminais e administrativos" envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor, José Carlos de Queiroz, e a futura primeira-dama, Michele Bolsonaro.

O parlamentar também pede a inclusão dos nomes de Evelyn Aguiar e Márcia Aguiar, filha e esposa de Fabrício Queiroz, respectivamente, e solicita que a procuradoria determine a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos.

Conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Nathália Aguiar foi citada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas na conta em nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Ao todo, foram movimentados R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017 - uma das transações é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michele Bolsonaro.

Apesar de o documento não deixar claro as transações individuais feitas entre Fabrício Queiroz e sua filha, o nome de Nathália está junto ao valor de R$ 84 mil. A filha do ex-assessor foi nomeada em dezembro de 2016 para atuar como secretária parlamentar no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, na Câmara. No dia de 15 outubro deste ano, ela foi exonerada - mesma data que Fabrício Queiroz deixou o gabinete de Flávio Bolsonaro.

"As relações financeiras entre os membros da 'organização familiar Bolsonaro Queiróz', inclusive, com transferência de recursos para a esposa do Presidente eleito, Michele Bolsonaro e, a movimentação de valores entre as respectivas contas, exige, não menos do que a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os envolvidos", anota Pimenta.

Defesas

Procurado pela reportagem para se manifestar sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão em sua conta, o policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado Flávio Bolsonaro, respondeu que não sabe "nada sobre o assunto".

A chefia de gabinete de Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo PSL-RJ, afirmou que Queiroz trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista do deputado, "com quem construiu uma relação de amizade e confiança".

A assessoria afirmou ainda que o filho mais velho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, não tem "informação de qualquer fato que desabone" a conduta do ex-assessor parlamentar.

"No dia 16 de outubro de 2018, a pedido, ele foi exonerado do gabinete para tratar de sua passagem para a inatividade", informou o gabinete, por meio de nota.

Já a assessoria do presidente eleito, Jair Bolsonaro, não respondeu sobre o assunto, nem sobre o cheque no valor de R$ 24 mil que teria sido destinado a Michelle Bolsonaro. A futura primeira-dama não foi localizada nessa quarta-feira (5). O espaço está aberto para manifestações.

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