O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle chegaram no início da noite desta terça-feira (1º) ao Palácio do Itamaraty, onde várias autoridades e convidados, brasileiros e estrangeiros, já os aguardavam para um coquetel.
Entre os presentes, estão o primeiro-ministro de Israel, Binjamin Netanyahu, que falou com a imprensa e disse que convidou Bolsonaro a visitar seu país. O premiê afirmou ainda que esse é um grande dia para o Brasil e para as relações bilaterais. "Somos irmãos, somos família ", disse, ao chegar ao Palácio Itamaraty.
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Também o presidente do Chile, Sebastian Piñera e o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, participam do evento e conversaram com os jornalistas. Piñera disse que espera que o presidente Jair Bolsonaro visite logo seu país e citou as áreas de segurança e agricultura como possíveis áreas de cooperação.
Já Rebelo de Sousa destacou o trabalho para um acordo entre Mercosul e União Europeia. "Portugal está trabalhando em um acordo entre Mercosul e União Europeia. Bilateralmente temos muito em comum: energia, digital, turismo, novas tecnologias, ciências. Estamos trabalhando e podemos fazer muito mais para o futuro", afirmou, em entrevista a jornalistas. "Estamos na primeira linha da cooperação e da construção conjunta de laços "
Rebelo informou ainda que terá uma reunião bilateral amanhã às 10h45 com Bolsonaro, para discutir estes temas.
Já o presidente da Argentina, Mauricio Macri, não veio ao Brasil e foi representado pelo chanceler Jorge Faurie. Ele disse que Bolsonaro e Macri devem reunir-se no próximo dia 16 de janeiro. Pelo Twitter, Macri classificou o Brasil como "país amigo e irmão" e disse confiar que "nossos governos seguirão colaborando para a prosperidade de nossos povos". O presidente da Bolívia, Evo Morales, que esteve na cerimônia de posse, não compareceu ao coquetel no Itamaraty. O húngaro Viktor Orban também não.
Discurso de posse
Em um discurso com vários acenos à base de eleitores que ajudou a elegê-lo e sem tocar no tema de união nacional, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai atender aos pedidos de mudança revelados pelas urnas e que trabalhar para colocar o Brasil no "lugar de destaque que ele merece no mundo".
Do Parlatório, após receber a faixa presidencial do ex-presidente Michel Temer, o 38º presidente da República prometeu que vai lutar contra o modelo de governo de "conchavos e acertos políticos" e libertar a Nação "da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto".
Diante da ovação do público presente que o saudava a gritos de "mito", Bolsonaro, que chegou a fazer uma pausa e abanar uma Bandeira do Brasil, falou em acabar com a ideologia que, em sua visão, "defende bandidos e criminaliza policiais", divide os brasileiros, é ensinada nas escolas e passou a guiar as relações internacionais.
"Me coloco diante da Nação no dia em que o povo começou a se libertar do socialismo", disse o presidente. "Guiados pela Constituição, com a ajuda de Deus, a mudança será possível", disse o eleito, citando o baixo orçamento de sua campanha eleitoral como uma prova de que as mudanças já começaram a ocorrer.
Sobre economia, Bolsonaro disse que seu governo vai enfrentar os efeitos da crise mundial, que vai propor e implementar as reformas "necessárias" e que vai priorizar a educação básica, a exemplo de outras nações ricas.
Em um último aceno a sua base eleitoral, Bolsonaro, que novamente citou o ataque sofrido durante a corrida eleitoral e a providência divina que o teria salvado, voltou a usar um slogan de campanha. "Nossa bandeira jamais será vermelha. Só será se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela", disse.