Bolsonaro ataca presidente da OAB e diz saber como seu pai desapareceu na ditadura

''Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar, eu conto para ele'', disse o presidente
Da editoria de Política
Publicado em 29/07/2019 às 12:07
''Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar, eu conto para ele'', disse o presidente Foto: Foto: Divulgação/Palácio do Planalto


Atualizada às 13h50

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometeu na manhã desta segunda-feira (29) contar ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como o seu pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desapareceu na época da ditadura militar. "Se o presidente da OAB quiser saber como o pai desapareceu no período militar, eu conto para ele", disse. Segundo informações do G1, antes de falar sobre o pai de Santa Cruz, Bolsonaro criticou a atuação da OAB no caso de Adélio Bispo,  perguntou qual era a intenção da entidade e que a ordem teria impedido o acesso da Polícia Federal ao telefone de um dos advogados do autor da facada.

"Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?", cravou.

Veja as declarações: 

 

Relembre

Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira participava do movimento estudantil, seguindo uma orientação da Ação Popular Marxista-Leninista. Ele precisou sair do Recife, após ser preso em frente da Assembleia Legislativa, e foi morar no Rio. No Carnaval de 1974, Fernando foi preso e, possivelmente, torturado até a morte pelos agentes do DOI-Codi.

Inconformada com o desaparecimento do filho, Dona Elzita dedicou a sua vida à elucidação dos crimes cometidos pelo DOI-Codi durante a ditadura militar, representando a luta das famílias dos mais de 140 desaparecidos políticos. Em 1981, participou da fundação do PT, partido que é filiada até hoje, e do Movimento pela Anistia em Pernambuco. Ganhou notabilidade ao receber o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, em 2010, concedido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Nos últimos meses está calada. No balanço da sua cadeira, não lembra mais de tudo o que lhe aconteceu. Porém, o olhar sereno e acolhedor revela uma mãe que, apesar de todo o sofrimento, transborda amor.

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