O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que não se empenhou ou apoiou "o golpe", ao responder uma pergunta sobre o fato de ter sido chamado de "golpista" durante o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Temer, à época, era vice-presidente da petista, após ter sido eleito em uma chapa com ele em 2010 e reeleito em 2014.
"O pessoal dizia 'o Temer é golpista' e que eu teria apoiado o golpe. Diferente disso [...] eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", falou Temer.
Durante a resposta, o emedebista também fez referência a uma reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, que enfraqueceu a tese do então juiz Sergio Moro e dos procuradores do Ministério Público Federal no Paraná de que o ex-presidente Lula (PT) teria aceitado cargo de ministro da Casa Civil durante o governo Dilma para se blindar das acusações da Operação Lava Jato.
"Aliás, muito recentemente, o jornal Folha detectou um telefonema onde o ex-presidente Lula me deu, onde ele pleiteava e depois esteve comigo para trazer o PMDB para impedir o impedimento. E eu tentei, mas a esta altura, eu confesso, que a movimentação popular era tão grande e tão intensa que os partidos já estavam mais ou menos vocacionados, digamos assim, para a ideia do impedimento", disse Temer. "Veja que até o último momento, e esse telefonema revela que eu não era adepto do golpe", completou.
Questionado pelo jornalista Ricardo Noblat se "não havia conspirado nem um pouquinho?" pelo impeachment, Temer reiterou que não. "Não imaginava que viraria presidente por essas vias", disse o ex-presidente.