Operação Spoofing

Justiça rejeita denúncia contra jornalista Glenn Greenwald no caso dos hackers

Os outros seis denunciados pela invasão de celulares de autoridades viraram réus

JC Online e ABr
Cadastrado por
JC Online e ABr
Publicado em 06/02/2020 às 19:13
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Os outros seis denunciados pela invasão de celulares de autoridades viraram réus - FOTO: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Leitura:

A Justiça Federal rejeitou, nesta quinta-feira (6), a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, no caso do hackeamento de celulares de autoridades. A denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, diz que o norte-americano teria auxiliado, orientado e incentivado as atividades criminosas do grupo alvo da Operação Spoofing.

>> MPF denuncia Glenn Greenwald e outros seis por invasão de celulares de Moro e outras autoridades

>> Glenn Greenwald afirma que denúncia do MPF é 'ataque à liberdade de imprensa'

Em sua decisão, o juiz Ricardo Augusto Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirmou que deixa de receber a denúncia, "por ora", diante da controvérsia sobre a amplitude da liminar deferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Em 7 agosto de 2019, o ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar para impedir que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald seja investigado ou responsabilizado por receber, obter ou publicar informações. Desde junho do ano passado, o Intercept tem publicado mensagens que teriam sido trocadas por autoridades da República. 

Os outros seis denunciados viraram réus e serão levados a julgamento. 

Denúncia por invasão de celulares de autoridades

De acordo com a denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, Greenwald auxiliou, orientou e incentivou as atividades criminosas do grupo. No entanto, o jornalista não chegou a ser investigado pela PF. Uma liminar concedida em agosto do ano passado pelo ministro Gilmar Mendes determinou que Greenwald não fosse investigado ou responsabilizado por receber, obter ou publicar informações de interesse jornalístico.

O procurador Divino de Oliveira ressalta na denúncia que, em respeito a tal decisão, não houve investigação contra Greenwald, mas que ainda assim resolveu denunciá-lo, após ter sido encontrado em um computador na casa de Luiz Henrique Molição, acusado de ser um dos hackers de celulares de autoridades, um áudio em que o jornalista orienta a destruição de mensagens.

Além de Greenwald e Molição, foram denunciados: Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos, apontados como mentores e líderes do grupo; Danilo Cristiano Marques, acusado de ser testa de ferro de Delgatti na obtenção de materiais para o cometimento dos crimes; o programador Gustavo Henrique Elias Santos, acusado de ter desenvolvido as técnicas para a invasão dos celulares de autoridades; e Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, apontada como laranja.

Últimas notícias