A nomeação de Rogério Marinho para o comando do Ministério do Desenvolvimento Regional foi vista com bons olhos por deputados federais da bancada pernambucana ouvidos pelo JC. Entre os pontos enfatizados, está o fato dele já ter sido deputado por três mandatos, o que pode melhorar a interlocução do governo Jair Bolsonaro (sem partido) com o Congresso Nacional, e também por ele ser nordestino, região onde o presidente perdeu nas eleições de 2018 e da qual ele busca se aproximar.
Rogério já era uma figura conhecida no Congresso, tanto por ter sido deputado como pela sua atuação, no cargo de secretário especial da Previdência, para a aprovação da reforma.
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Líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar ponderou que apesar de Marinho integrar um governo que o PSB faz oposição, o novo ministro tem um “sentimento parlamentar”. “Tivemos diversos contatos na reforma da previdência, avanços de tempo de contribuição, que era de 20 anos e acatou o destaque do PSB para manter os 15 anos. Sempre muito respeitoso e cuidadoso”, disse Tadeu.
“O trabalho que ele fez esse ano como secretário, o que ele consegue avançar, destravar de burocracia, sem nenhuma dúvida foi uma das atuações mais destacadas no brasil em 2019. Eu não tenho dúvida de que ele é uma grande escolha. e de que avança mais do que Canuto”, disse o deputado Daniel Coelho (Cidadania). Mas Daniel considera que a a origem nordestina não influencia no seu trabalho.
“Cuidadoso” também foi outro adjetivo atribuído pelos pernambucanos a ele. Alguns receberam ligações diretas dele para convidá-los para participar da sua posse nesta terça-feira (10).
Para o líder do PSC na Câmara, André Ferreira, a escolha de Marinho para a pasta foi um dos maiores acertos do governo Bolsonaro. “Ele participou ativamente, junto com os líderes, e foi um dos responsáveis pela reforma ter passado. Como ele conhece a casa, é mais fácil de transitar com os parlamentares, é um cara do nordeste, tem uma sensibilidade maior para o a região, conhece as nossa dificuldades”, disse André, que por ser líder, teve contato direto com o novo ministro devido a pauta da Previdência.
O agora ex-ministro Gustavo Canuto recebia críticas pela falta de diálogo com o Parlamento e por não andar com programas como o Minha Casa, Minha Vida. “Tentamos audiência com Gustavo, sobre a interrupção das obras da transposição (do Rio São Francisco), que era demanda de colegas nordestinos e não tivemos essa audiência deferida. Depois, nós desistimos, porque não fazia sentido, assunto de tamanho relevo e não ter oportunidade de tratar isso com ministro”, reclamou Tadeu.
Há também os que acreditam que a troca de ministro não trará mudanças significativas. “Eu acho que não muda muita coisa não. É seis por meia dúzia, (Rogério Marinho) vai continuar fazendo a mesma política que o Canuto estava fazendo. Apesar dele ser nordestino, não creio que ele vai ter força para dar um tratamento diferenciado ao Nordeste”, afirmou o líder do PT no Senado Federal, Humberto Costa (PT).
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Posse
Braço direito do Ministro da Economia, Paulo Guedes, Rogério Marinho, assume nesta terça-feira (11) o comando do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) às 14h, no Palácio do Planalto, em Brasília.