Oposição

Partidos de oposição declaram apoio às manifestações contrárias ao governo Bolsonaro

Líderes partidários do PSB, PT, PCdoB entre outros que fazem oposição ao governo Bolsonaro, afirmam estarem unidos na defesa pela democracia

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 04/03/2020 às 14:51 | Atualizado em 12/03/2020 às 16:51
Foto: Humberto Pradera / PSB Nacional
Partidos de oposição lançam nota com críticas ao governo Bolsonaro - FOTO: Foto: Humberto Pradera / PSB Nacional

Partidos de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), anunciaram nesta terça-feira (3), apoio integral  às manifestações convocadas para os dias 8,14 e 18 de março, em resposta aos atos programados para ocorrer no dia 15 de março em defesa de Bolsonaro, e que também estão sendo interpretadas como ação contra o Poder Legislativo. 

Participaram da reunião os presidentes Carlos Siqueira (PSB), Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Lupi (PDT), Juliano Medeiros (PSOL), a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), José Luiz Penna (PV), Thaís Oliveira (Unidade Popular-DF). Também estiveram no encontro o senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Tadeu Alencar (PSB). Ao final da reunião, eles lançaram uma nota conjunta com críticas ao governo Bolsonaro e afirmando que estarão firmes na defesa da democracia, dos direitos e do País. 

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De acordo com o documento, “O presidente da República afronta sistematicamente a Constituição e a Democracia”. Desta forma, os partidos vão buscar definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional; Além disso, a nota também determina a criação de um fórum permanente dos partidos de oposição, para avaliar conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas, além da construção de atos nacionais unificados em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania, com todas as forças democráticas. 

“As eleições de 2018, nos mostraram que precisamos nos renovar. Precisamos nos dirigir às pessoas com mensagem positiva, porque o que foi vitorioso nas eleições de 2018, foi uma mensagem retrógrada, negativa, uma mensagem da não civilização. Nós temos que ter um discurso positivo para a população brasileira, uma defesa dos direitos essenciais, em defesa das prerrogativas democráticas do parlamento e na defesa dos direitos sociais, sobretudo, que estão sendo desmontado dia a dia”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante reunião de uma comissão da Câmara dos Deputados, também realizada na tarde desta terça-feira.

O encontro contou com a participação de líderes de correntes de centro, centro-direita e direita, como MDB, PSD, PSDB e PP, além de membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI)  e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Sem democracia, o preço mais alto quem paga é a população mais pobre do nosso país. Isso está demonstrado através, sobretudo, na reforma da previdência, uma das mais cruéis do planeta, com apoio amplo de muitos setores políticos. Nós precisamos unir a sociedade e todos aqueles que têm contradições políticas com este governo”, disparou Siqueira. Apesar da crítica a aprovação da reforma da Previdência, 11 parlamentares do PSB votaram a favor da proposta, entre eles o deputado federal pernambucano Felipe Carreras. A dissidência acarretou na expulsão do deputado federal Átila Lira (PI) e na suspensão dos demais por 12 meses das atividades parlamentares. 

Confira a nota na íntegra:

“A situação política, econômica e social do país é cada dia mais grave. O presidente da República afronta sistematicamente a Constituição e a Democracia. Atua para desestabilizar as instituições, ao incitar manifestações contra o Congresso e o STF e ao apoiar a insubordinação nas polícias militares.

A economia continua estagnada. A política de austeridade voltada aos interesses do sistema financeiro drena recursos da sociedade. O real se desvaloriza, não há investimentos públicos nem privados, as projeções do PIB são minguantes. A vida do povo piora com os cortes nos programas de proteção social. Milhões aguardam na fila do Bolsa Família e da Previdência. Não há resposta eficaz para o desemprego. O trabalho é cada vez mais informal e precário. A fome voltou a atormentar as famílias.

Diante desse acúmulo de crises, que compromete o desenvolvimento do país, sacrifica a vida do povo e ameaça a própria democracia, os partidos políticos que assinam esta nota decidem:

  • Resistir à agenda neoliberal, de destruição dos direitos do povo e do estado brasileiro;
  • Definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional em defesa do país;
  • Apoiar, incentivar e participar dos atos e manifestações dos movimentos sociais, sindicais e populares convocados para os dias 8, 14 e 18 de março;
  • Estabelecer um fórum permanente dos partidos de oposição para avaliar a conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas;
  • Construir atos nacionais unificados em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania, com todas as forças democráticas;
  • Construir uma política unificada de comunicação, fortalecendo a presença nas redes sociais.

BRASÍLIA, 3 de março de 2020

Partido dos Trabalhadores

Partido Socialista Brasileiro

Partido Democrático Trabalhista

Partido Socialismo e Liberdade

Partido Comunista do Brasil

Rede Sustentabilidade

Partido Verde

Unidade Popular

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A editora do BR Político, Vera Magalhães, publicou no site um print do que seria uma conversa de WhatsApp em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dispara um vídeo que mostra a facada que ele sofreu em 2018, em Juiz de Fora, convocando a população para um ato no dia 15 de março, para defendê-lo, mas que foi interpretado como uma ação contra o parlamento, gerando diversas críticas de políticos nas redes sociais.

De acordo com a colunista e editora, o vídeo mostra, em tom dramático, o vídeo da facada que o presidente da República levou no ano da eleição, em 2018. "O vídeo de 1 minuto e 40 segundos usa o Hino Nacional tocado no saxofone como trilha sonora", afirmou Vera.

 

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