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A encruzilhada de Humberto na briga dos petistas

Nome preferido da cúpula para a disputa no Recife, senador se vê diante da "vitimização" do prefeito João da Costa, o que pode complicar a campanha

Gilvan Oliveira
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Gilvan Oliveira
Publicado em 02/06/2012 às 15:40
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A dois dias da reunião da Comissão Executiva do PT nacional, ninguém duvida da preferência da cúpula do partido para indicar Humberto Costa candidato a prefeito do Recife. Mas o senador tem diante de si duas fortes contingências políticas para avaliar e encontrar a saída antes de aceitar a missão, se João da Costa for de fato rifado do processo: como reverter a vitimização a que passa o prefeito e como afastar de si a pecha de candidato imposto.

Aliados de Humberto e integrantes da Frente Popular reconhecem que o processo de vitimização do prefeito vem ganhando corpo, extrapolando as fronteiras do partido, circulando nas redes sociais na internet e chegando até às conversas de eleitores médios, que só se detêm à disputa política no período eleitoral.

O próprio discurso de João da Costa, de que foi “achincalhado” durante três anos, de que a cúpula quer lhe tirar “à força” o direito de disputar a reeleição e de exigir respeito, vem cravando em si a condição de vítima de uma “violência”. E essa condição tende a gerar um movimento de solidariedade a seu favor e de repulsa a quem vier a substitui-lo.

Além disso, e diante dessas circunstâncias todas, a possível escolha de Humberto pelo PT nacional tem fortes chances de ser encarada como uma imposição por parte dos petistas e, principalmente, por boa parcela do eleitorado. É uma crítica que deve ser explorada por adversários numa eventual candidatura do senador.

“São os riscos que se corre por entrar atravessado nesse processo todo. É possível neutralizar esse discurso, mas isso tudo pode ter um efeito muito forte numa campanha. Além disso, como unir a Frente Popular se o PT não tiver unido?”, avaliou uma liderança de um partido da Frente Popular, que pediu anonimato.

O presidente estadual do PT, deputado Pedro Eugênio, que integra o grupo comandado por Humberto, diz que as contingências são, de fato, duras. Mas não seriam insuperáveis no caso da confirmação do senador como candidato. “Tem que haver um trabalho muito forte para que todos, no partido, se sintam contemplados com a candidatura”, comenta Eugênio.

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