Logo após as eleições municipais deste ano, alguns candidatos constaram vitoriosos nas listas divulgadas pela Justiça Eleitora com super votações, acima de 80% dos votos válidos. Na verdade, os números eram relativos a municípios em que alguns candidatos fizeram campanha mesmo com o registro de candidatura sub judice, e não tiveram votação computada no resultado final das eleições.
Em Moreno, por exemplo, o prefeito eleito, Adilson Gomes Filho (PSB), venceu com 88,12% dos votos válidos. Isso se deu porque o seu principal adversário, Vavá Rufino (PSDB), foi às urnas com a candidatura impugnada. Se computados os votos do tucano, o percentual do socialista cai para 63,73%.
Em outros municípios a situação se repetiu, como em Timbaúba, na Zona da Mata Norte, onde o prefeito reeleito, Marinaldo Rosendo (PSB), chegou a usar o resultado temporário como propaganda, divulgando um anúnico em jornais de grande circulação do Estado, agradecendo pelos “97%” dos votos recebidos.
O número, na realidade, não levava em consideração os 10.083 votos endereçados a Gilson Muniz (PMDB), que fez campanha no município com a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), enquandrado na Lei da Ficha Limpa, com embargo de declaração ainda a ser apreciado na corte eleitoral.
Se fossem considerados os votos do candidato impugnado pela Justiça Eleitoral, os 23.328 votos que Marinaldo Rosendo recebeu no último dia 7 de outubro corresponderiam, na verdade, a 67,44%. Vitória certa, mesmo se o município com pouco mais de 40 mil eleitores, fosse uma grande cidade com segundo turno, mas certamente um número menos impressionanente do que a quase totaliadade dos votos.
Os poucos mais de 10 mil votos recebidos pelo peemedebista corresponderiam a 29,56% dos votos válidos no município. Também concorreu em Timbaúba Maria do Socorro da Silva, Socorro de Timbaúba (PSL), que recebeu 721 votos, ou 3% dos votos válidos.