LEGISLATIVO

Líder da oposição pode passar a apoiar o governo

Tucano Antônio Moraes admite que PSDB pode passar a integrar a base de sustentação do governo Eduardo na Assembleia

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 04/08/2011 às 14:21
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O deputado do PSDB e líder da oposição na Assembleia Legislativa, Antônio Moraes admitiu que a bancada tucana pode ir para a base de apoio do governo Eduardo Campos (PSB). Ou seja, sair da oposição e ir para o governo. Rumores sobre a migração do PSDB correm desde o começo do ano, mas a adesão nunca tinha sido admitida pelos dirigentes estaduais, nem pelo presidente nacional, deputado federal Sérgio Guerra.

Moraes negou que tenha sido convidado para ocupar uma secretaria de Estado e afirmou que a migração "nunca foi tratada dentro do partido", mas reconheceu a possibilidade. Ao ser indagado se a adesão poderia acontecer, foi objetivo: "Pode! O PSB participa dos governos do PSDB em Goiás, Paraná, Tocantins e Minas Gerais. E nós estamos no governo do PSB na Paraíba".

Moraes convocou a imprensa para abordar os rumores constantes da adesão tucana. Segundo disse, tomou a iniciativa porque tem recebido ligações constantes, muitas do interior, perguntado se vai ocupar uma secretaria no governo. Ele lembrou que, assim como Sérgio Guerra, já pertenceu ao PSB, o que pode estar reforçando os rumores. "Sou um homem de partido. Não tenho mais idade para mudar (de legenda). Discutirei a questão sem constrangimento. Se o PSDB for para a base aliada, irei acompanhar. Minha posição será a do partido", disse o (ainda) líder da oposição.

Com dez integrantes, a oposição é hoje a menor dos últimos 40 anos. Indo para o governo, o PSDB leva cinco deputados. Restarão dois do DEM (Maviael Cavalcanti e Tony Gel), um do governista PV (Daniel Coelho não segue a orientação do partido e pode ir para o PSDB), um do PMDB (Gustavo Negromonte) e um do PMN (Severino Ramos).

Moraes reconheceu que, caso se concretize a migração, ela será ruim para a oposição, hoje isolada pela correlação desproporcional de forças na Casa. Nos bastidores, há questionamento do papel de oposição do PSDB. Por outro lado, a adesão oficial ao governo pode ser o causador de uma "implosão" na maior base governista em cinco décadas. Maior adversário do PSDB, oposição à presidente Dilma Rousseff, o PT pode se tornar o foco de reação, caso se concretize a mudança.

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