Ex-secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura do Recife (PCR), até 30 dias atrás, e agora um dos coordenadores da campanha do secretário estadual de Governo e pré-candidato à prévia do PT, Maurício Rands, o advogado Cláudio Ferreira acusou, nessa terça-feira, a utilização da máquina municipal para favorecer a pré-candidatura do prefeito João da Costa, com o consentimento do mesmo, uma vez que o gestor da cidade centralizaria todas as ações. “Nenhum ato ou nomeação sai da Prefeitura sem passar por suas mãos”, revelou o ex-secretário, na sede do PT estadual, no ato de apresentação da equipe de campanha de Rands.
A acusação foi em resposta ao vereador Osmar Ricardo, aliado do prefeito, e destituído liderança do PT na Câmara, que tinha denunciado, também ontem, a existência de proposta de emprego na PCR a filiados do partido – por partidários de Rands –, em troca de voto no secretário licenciado. Irritado, Ferreira afirmou que João da Costa mantém, em sua mesa, um “tabelão com nomes” de terceirizados à disposição para nomear ou exonerar. “Nada, naquela Prefeitura, é feito sem o conhecimento do prefeito. Tudo o que concerne à nomeação passa por ele. Querem nos imputar uma mentira para encobrir as demissões em massa (de aliados de Rands para colocar os do prefeito). Isto sim é usar a máquina para pedir votos”, disparou o ex-secretário.
Na coletiva à imprensa, Rands anunciou a criação do Conselho Político - com ele próprio, o senador Humberto Costa e o ex-prefeito João Paulo - e a coordenação-geral da campanha, integrada por Cláudio Ferreira, o secretário estadual dos Transportes, Isaltino Nascimento, os ex-secretários municipais Lygia Falcão e Gustavo Couto, quatro dos seis vereadores e as tendências que já aderiram (CNB, PT para Todos, Mais, Articulação de Esquerda, Consciência Socialista e Resgatando o PT). Ontem, Rands anunciou a adesão de mais uma corrente, a Esquerda Popular Socialista. “A gestão João da Costa perdeu o espaço de diálogo no PT e da Frente Popular e se distanciou da população”, justificou o dirigente da corrente, Carlos Padilha. “O problema da PCR é a lentidão da gestão, que é centralizada. Somos contra o gestor. Na gestão, fiz de tudo para que ele (João da Costa) acelerasse”, acrescentou Cláudio Ferreira.