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Após cem dias de governo, 57% dos recifenses aprovam Geraldo Julio

Prefeito do Recife chega com mais da metade dos eleitores aprovando a sua gestão. Índice 'regular' é de 31%

Débora Duque
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Débora Duque
Publicado em 10/04/2013 às 0:01
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Cem dias após ter sentado, pela primeira vez, na cadeira de prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) se depara com uma aprovação de 57% de sua administração. É o que mostra o levantamento realizado, nos dias 1º e 2 de abril, pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) em parceria com o JC. A gestão do socialista, que exerce o seu primeiro cargo eletivo, apresentou, nestes três primeiros meses, um baixo de índice de rejeição. Apenas 3% dos entrevistados classificaram de “ruim” ou “péssimo” o desempenho do governo municipal até aqui. O índice de “regular” foi de 31%, enquanto o percentual dos que consideram a administração “boa” e “excelente” foi de 40% e 17%, respectivamente. Das 816 pessoas ouvidas, 9% não responderam.

Infográfico

Avaliação do governo Geraldo Julio

O “desempenho pessoal” de Geraldo como prefeito é semelhante. Nesse quesito, ele recebeu a aprovação de 60% da população, que também foi questionada a respeito da nota dada à sua gestão. A nota média das avaliações, calculada pelo IPMN/JC, foi de 6,78. O que se notou, porém, é que a expectativa alimentada em relação à administração do novo gestor, eleito com 453.380 votos (51,15%), supera, em 16 pontos percentuais, seus índices de aprovação. Pelo menos 73% dos recifenses que participaram da sondagem acreditam que o afilhado político do governador Eduardo Campos (PSB) tem condições de fazer um governo bom ou excelente. O percentual, hoje, é maior do que o verificado na última pesquisa do Instituto, publicada em 19 de dezembro do ano passado. Na época, a expectativa positiva em relação à administração de Geraldo era de 64%.

Segundo o cientista político, professor da Universidade Federal de Pernambuco e membro do conselho científico do IPMN, Adriano Oliveira, os resultados evidenciam que a maioria da população “confia” em Geraldo para exercer o cargo de prefeito, aprova sua atuação, até o momento, mas, simultaneamente, espera que ele faça mais do que foi mostrado ao longo dos cem dias iniciais. “Ele é um prefeito que está sendo aprovado, mas a população também está na expectativa de algo mais. E quer mais pelo fato de ele ter sucedido uma gestão que estava desgastada, como mostraram pesquisas anteriores”, explica. O último levantamento do Instituto a respeito do desempenho do ex-prefeito do João da Costa (PT), por exemplo, indicou um percentual de 49% de reprovação.

Ainda de acordo com Adriano Oliveira, contribui para alimentar a alta expectativa em relação a Geraldo o fato de ter sido indicado pelo governador Eduardo Campos, cuja gestão é historicamente bem avaliada pela população. “Quando os eleitores confiam nos gestores, fica mais fácil lidar com a opinião pública. É um ponto positivo”, complementa.

Mesmo considerando o cenário político “favorável”, o economista e também membro do conselho científico do IPMN, Maurício Romão, alerta que grande expectativa sobre um governo contribui para aumentar também o nível de cobrança. “Mais para frente, as pessoas irão cobrar mais e ele precisará atender a essas expectativas”, disse. Se isso não ocorrer, o cientista político Adriano Oliveira lembra que pode acontecer o que a neurociência chama de “decepção eleitoral”. “Se ele não agir para cumprir essas expectativas, pode-se criar esse quadro de decepção. Quando a expectativa é alta, existe a chance de decepcionar mais facilmente”, avisa.

METODOLOGIA - A pesquisa IPMN ouviu 816 entrevistados, a partir de um plano de amostragem estratificada. O nível de confiança é de 95% com margem de erro na faixa de 3,5 pontos percentuais.

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