A segunda-feira (17) não foi fácil para o secretariado estadual. O dia seguinte à estreia de Pernambuco na Copa das Confederações foi tenso na sede provisória do governo do Estado. O governador Eduardo Campos (PSB) passou uma reclamação geral no estafe diante da extensa agenda negativa gerada pelos problemas de acesso ao estádio, anteontem.
O receio é que a repercussão dos problemas estruturais – que ocuparam os noticiários dos principais jornais nacionais e internacionais venham a arranhar a imagem de gestão eficiente que o socialista trabalha. Essa é uma das principais ferramentas de Eduardo para conquistar o voto dos brasileiros na corrida presidencial de 2014.
Oficialmente, as queixas à desorganização da Arena Pernambuco foram tratadas pelos integrantes do governo como um “microclima gerado nas redes sociais”. O secretário estadual de Imprensa, Evaldo Costa, garantiu que a maioria dos torcedores saiu satisfeita após o confronto entre Espanha e Uruguai. “O que existiu foram 87 pessoas que criaram um clima nas redes sociais, com críticas. Muitas delas nem ao estádio foram”, rebateu o auxiliar, munido de informações da empresa que realiza o monitoramento das novas mídias para o governo do Estado.
Demonstrando irritação, o secretário especial estadual da Copa, Ricardo Leitão, em entrevista à Rádio JC/CBN, responsabilizou a Fifa e a Companhia Brasileira de Transporte Urbano (CBTU) pelos transtornos ao acesso à arena. Ele fez questão de ressaltar, que a CBTU é um órgão federal.
“A operação das estações de metrô é uma responsabilidade exclusiva da CBTU, que é uma empresa do governo federal e participou conosco do planejamento das ações de mobilidade. Então, se houve alguma falha na operação, nós vamos solicitar a CBTU que melhore expressivamente as operações”, disse o secretário, na rádio.
Leitão demonstrou incômodo quando questionado sobre o motivo de os ônibus não terem sido disponibilizados para ampliar o acesso ao estádio. “As pessoas podem deixar o carro de Parquetel e ir de lá nos ônibus. É o estacionamento que nós dispomos”, disse ele, antes de ser interrompido por uma pergunta do jornalista Mário Neto: “Me deixe concluir, por favor! Eu posso concluir?”.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), apressou-se em negar danos à imagem do governador. “O que eu vi lá foram pessoas felizes, muito felizes”, minimizou o gestor.
