A voz das ruas

Governadores veem transferência de crise

Na saída do encontro com a presidente Dilma, sentimento dos governadores foi de que ela transferiu a crise para os Estados e para o Congresso

Gabriela López
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Gabriela López
Publicado em 25/06/2013 às 6:48
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Na saída do encontro com a presidente Dilma, sentimento dos governadores foi de que ela transferiu a crise para os Estados e para o Congresso - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O que era para ser uma reunião para discutir soluções que atendessem às manifestações que acontecem no Brasil foi, na verdade, mais um cenário para um pronunciamento oficial da presidente Dilma Rousseff (PT) na tentativa de melhorar sua imagem. Este foi o sentimento de alguns governadores que participaram da reunião, ontem. De acordo com informações de bastidores, os gestores saíram com a impressão de que a petista jogou a crise para os Estados, ao propor pactos, e para o Congresso Nacional, ao sugerir um plebiscito para instituir uma Assembleia Constituinte que discuta a reforma política.

Os governadores viram poucas soluções efetivas. Apesar de a petista ter anunciado R$ 50 bilhões para investimento em mobilidade urbana, a liberação de recursos federais esbarra na burocracia.

Uma fonte ouvida pela reportagem também disse que não houve debate, mas, sim, uma exposição de ideias por parte quase que exclusiva da presidente. A agência oficial do governo transmitiu ao vivo o discurso dela na abertura do evento, mas quando a petista passou a palavra para ministros e governadores, o vídeo foi encerrado. Além disso, enquanto que Dilma Rousseff falou por mais de 17 minutos, nem todos os 27 governadores puderam se posicionar, por causa do tempo apertado.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) – que, em pré-campanha à Presidência em 2014, vem abordando diversas agendas nacionais - saiu do encontro sem dar entrevistas. Ele foi um dos que falaram durante o encontro e defendeu a revisão do novo pacto federativo, questionando, por exemplo, como seria possível investir mais em saúde sem mais recursos disponíveis.

Eduardo Campos sentou entre os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Educação).
Para participar da reunião, ele cancelou uma viagem para o Bahrein, onde ocorrerá a cerimônia da Organização das Nações Unidas (ONU) para a entrega de prêmios a iniciativas de gestão pública. Pernambuco foi congratulado pelo programa de segurança pública Pacto pela Vida. O secretário de Planejamento, Fred Amâncio, representará o socialista.

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