Rumo a 2014

Fernando Bezerra em mais uma espera

Na expectativa, mais uma vez, de figurar numa disputa majoritária, o ministro não tem a garantia de apoio do próprio partido

Carolina Albuquerque
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Carolina Albuquerque
Publicado em 25/08/2013 às 6:18
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Quem vê os elogios rasgados do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), ao governador Eduardo Campos (PSB) nas agendas públicas não imagina que a relação é marcada pelo sentimento de frustração. Há muito, o ministro alimenta o sonho de disputar uma eleição majoritária, com vista, principalmente, no governo do Estado. A cada novo ciclo eleitoral, um novo ensaio.

No ano das articulações para o pleito que se avizinha, Bezerra Coelho está numa situação nada confortável. Filiado ao PSB, quer ser o candidato ao Palácio do Campo das Princesas e passa pela terceira espera. Porém, nos bastidores, o comentário é que ele está longe de ser o “escolhido” do socialista para sucedê-lo.

Como se sabe, o PSB nem sempre foi a casa de Bezerra Coelho. Trocou de partido pelo menos quatro vezes e transitou entre blocos antagônicos que deram as cartas durante esse período. Mas desde que se aninhou entre os socialista, o ministro teve de engolir duas frustrações. A primeira, em 2010, quando pretendia lançar-se ao Senado, ainda como secretário estadual de Desenvolvimento Econômico. Uma conversa no dia 30 de março daquele ano, com Eduardo Campos, o fez abdicar do plano. Para contemplar o PTB e o PT, os candidatos foram Armando Monteiro Neto e Humberto Costa. Em troca recebeu a indicação para a sua atual função no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). 

No ano pré-eleitoral para a disputa de 2012, um novo episódio. No último dia do prazo de mudança para quem pretendia concorrer as eleições, ele transferiu seu domicílio eleitoral de Petrolina, seu reduto político e onde foi prefeito por três vezes, para o Recife. Já naquele momento, Bezerra Coelho foi tratado por socialistas como “uma opção”, caso a Frente Popular não chegasse a uma unidade. A aliança não se manteve e o final todos já sabem. O então secretário Geraldo Julio (PSB) foi o escolhido e retirou o comando da Prefeitura do Recife do PT. 

Agora, como em um novo “carma”, o prazo para filiações e trocas de partido para concorrer as eleições de 2014 se aproxima, dia 8 de outubro. Pouco cotado para ser o “indicado” por Eduardo Campos, já se especulou que Bezerra Coelho migraria para o PT.

Até maio deste ano, o ministro acompanhou a presidente Dilma Rousseff em várias agendas no Nordeste, onde chegou a ser chamado de “porta-voz” petista dentro PSB. Nesse momento, quando a candidatura a presidente da República de Eduardo Campos ganha mais corpo, em virtude da crise econômica e política vivida pela presidente petista, intensificou as agendas com o “mandatário” socialista. Em tantos dias, chegou acompanhou o governador em sete “entregas”, termo utilizado pelo líder socialista em referência a inauguração de obras. 

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