RUMO A 2014

Clima de indefinição na Frente Popular no Estado aumenta

Com a proximidade do fim do prazo de filiações - que encerra no dia 5 de outubro -, o troca-troca partidário de lideranças deve agitar o bastidor da política estadual

Carolina Albuquerque e Débora Duque
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Carolina Albuquerque e Débora Duque
Publicado em 22/09/2013 às 6:09
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Com a proximidade do fim do prazo de filiações - que encerra no dia 5 de outubro -, o troca-troca partidário de lideranças deve agitar o bastidor da política estadual - FOTO: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Os bastidores da política estão aquecidos até o próximo dia 5 de outubro, quando termina o prazo eleitoral para filiação e troca partidária. Para algumas figuras, o cronômetro é decisivo para o jogo a ser jogado na eleição de 2014. Um deles, o ainda ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho (PSB), costura nas coxias os seus próximos passos. Ele, já chamado de o mais petista dos socialistas – por ter virado desde o início do ano um porta-voz da presidente Dilma Rousseff (PT) –, esteve no foco das atenções na última semana, quando o PSB decidiu entregar os cargos no plano federal. Outras incógnitas, umas nem tão assim, também devem apresentar a nova fichinha partidária, como o vice-governador João Lyra (PDT), o deputado federal Cadoca (sem partido) e o atual secretário de Transportes, Isaltino Nascimento (PT).

Mais do que numa encruzilhada, Bezerra Coelho encontra-se num terreno bastante árido. Não deverá ser o candidato ao governo do Estado apoiado pelo PSB, como almeja. Mas os socialistas ainda o querem na sua ala. A depender das conversas tidas com o governador Eduardo Campos e com o ex-presidente Lula (última sexta-feira), vai permanecer no PSB ou mudar de partido, mais uma vez, seguindo as especulações do começo do ano, quando aumentou a tensão entre o PT e o PSB, a partir da movimentação de olho num voo solo em 2014 de Eduardo Campos.

Para Bezerra Coelho, as alternativas ao PSB, seriam partidos da base, como o PSD, o PT e PMDB. Em reserva, lideranças políticas admitem que a situação do ministro é bastante difícil. Dono de uma base eleitoral consistente na região de Petrolina, cidade onde já foi prefeito, ele se movimenta de uma forma mais independente, uma vez que já desfruta de um capital político e eleitoral – em parte, isso contaria contra ele, pois a sua presença pode alterar a correlação de forças dentro do partido. Caso ele migre, traria consigo vários aliados, inclusive do PSB.

Outra liderança que alimenta o sonho de ser o “escolhido” para suceder Eduardo no Palácio do Campo das Princesas é o vice-governador, João Lyra (PDT). Há algum tempo anunciada a sua saída do atual partido, a ida para o PSB é certa, mas só deve acontecer nos últimos minutos da partida. Interlocutores socialistas, porém, já deram sinais de que a filiação ao PSB não é garantia nenhuma para uma candidatura majoritária.

Em março, o deputado federal Cadoca anunciou, repentinamente, sua saída do PSC, que integrava há mais de cinco anos. O motivo, colocado por ele, foi uma suposta venda do seu antigo partido ao ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho Lula Cabral. Desde então, o parlamentar tem conversado com vários partidos, inclusive legendas de menor porte, como o PTdoB e o PTN. O destino partidário escolhido ainda segue indefinido publicamente.

No PT, Isaltino Nascimento, atual secretário estadual de Transporte, é o que mais levantou especulações de troca partidária. Ex-líder do governo na primeira gestão de Eduardo Campos na Assembleia Legislativa, ele é tido como o mais socialista dos petistas. A decisão por migrar, porém, não seria simples. Ele tem militância sólida no PT e pretende disputar a reeleição de deputado estadual em 2014. Os petistas que o seguem deve pesar na disputa em novembro do Processo de Eleição Direto (PED), uma vez que Isaltino detém pelo menos 5% dos votantes.

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