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A disputa será entre Lula e Eduardo?

Cientista Político evalia números da pesquisa sobre sucessão estadual do próximo ano

Adriano Oliveira
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Adriano Oliveira
Publicado em 28/10/2013 às 0:07
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É verdadeira a afirmação de que pesquisa eleitoral revela as escolhas dos eleitores num dado momento diante de certa conjuntura. É verdadeira também a assertiva de que pesquisas inteligentes possibilitam a compreensão da conjuntura atual e permitem que prognósticos ocorram. O ato de prognosticar não representa adivinhação, mas raciocínio lógico que é construído com base nos dados advindos das pesquisas eleitorais. São os dados que conduzem o estrategista a vislumbrar lógicas futuras com base nas lógicas do presente.

A pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto de Pesquisa Eleitoral Maurício de Nassau em Pernambuco nos dias 21 e 22 de outubro de 2013 sugere lógicas para a eleição de 2014. A lógica principal é: caso Eduardo Campos não esteja aliado à Dilma na eleição presidencial de 2014, o PT não apoiará o seu candidato a governador. Diante disto, ocorrerá uma disputa entre dois candidatos virtuais, quais sejam: Eduardo versus o ex-presidente Lula.

Afirmo isto em razão de:

1. A variável intenção de voto avaliada em variados cenários sugere estado de incerteza na eleição de 2014, o qual perdurará até Eduardo Campos e Luis Inácio Lula da Silva decidirem quem serão os seus respectivos candidatos ao governo do Estado;

2. Apesar do senador Armando Monteiro liderar em todos os cenários, o porcentual de eleitores sem candidatos é alto. Chegando a alcançar 62% quando dois candidatos estão em disputa. Diante disto, existe margem de crescimento para qualquer competidor;

3. Destaco o fato de que o deputado estadual Daniel Coelho lidera a intenção de voto para o Governo do Estado na capital e obtém porcentual relevante na Região Metropolitana do Recife. Em razão disto e do excelente desempenho que o parlamentar teve na eleição de 2012 para prefeito do Recife, observo que a sua candidatura poderá propiciar o fim da eleição para governador de Pernambuco no segundo turno;

4. Caso Daniel Coelho não seja candidato, a estratégia adequada da oposição para superar o candidato do governador Eduardo Campos por parte do PT e do PTB, é o lançamento de duas candidaturas. Neste caso, o seguinte cenário seria transformado em realidade: Armando Mo nteiro versus João Paulo versus candidato do governo do Estado. Em razão do histórico eleitoral do candidato João Paulo na capital pernambucana, o considero competitivo caso este venha a obter forte apoio de Lula e Dilma;

5. O candidato do governador Eduardo Campos tem condições de se tornar competitivo, pois 45% dos eleitores afirmam que pretendem votar num candidato apoiado por ele. Por outro lado, 42% pretendem escolher um competidor apoiado por Lula e Dilma. Neste sentido, o resultado da eleição de 2014 será uma disputa informal entre Lula e Eduardo. Caso Lula, obviamente, decida se dedicar a campanha de Pernambuco;

6. Se Eduardo Campos for candidato a presidente, ele atrairá a reação de Dilma e Lula em relação ao seu candidato ao Governo de Pernambuco. Portanto, o projeto presidencial de Eduardo ameaça a vitória do seu candidato ao governo do Estado de Pernambuco.

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