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Ex-servidor revela dificuldade da Secretaria-Executiva

Ex-gerente de planejamento e gestão da secretaria, Romero de Albuquerque cita que sucessivas mudanças na equipe têm atrapalhado a ação desenvolvida pela estrutura

Beatriz Albuquerque
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Beatriz Albuquerque
Publicado em 03/11/2013 às 6:22
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Ex-gerente de planejamento e gestão da secretaria, Romero de Albuquerque cita que sucessivas mudanças na equipe têm atrapalhado a ação desenvolvida pela estrutura - FOTO: Clemilson Campos/JC Imagem
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O ex-gerente de planejamento e gestão da Secretaria-Executiva de Direitos dos Animais (Seda), Romero de Albuquerque – atual representante da defesa animal do PV – afirmou que a mudança constante da equipe é prejudicial para o trabalho da pasta. “Eu era o responsável por anunciar as exonerações e fiz isso várias vezes. O problema é que quando os novos integrantes eram convocados precisávamos de tempo para que eles aprendessem tudo. Era preciso repassar o que já estava em andamento e isso atrasava o trabalho”, relatou.

Durante a segunda audiência pública acerca dos Direitos dos Animais, de autoria do vereador Almir Fernandes (PCdoB), Romero de Albuquerque levantou questionamentos sobre a Lei para Retirada dos Veículos de Tração Animal.

“Como um projeto de lei é aceito na Câmara Municipal do Recife quando, na verdade, não há nenhum levantamento feito da quantidade de carroceiros e equinos presentes na cidade?”, contestou o ex-gerente de planejamento e gestão da Seda.

A população e as entidades protetoras dos animais que participaram da audiência pública em questão listaram em ata diversas cobranças direcionadas ao secretário-executivo da pasta, Rodrigo Vidal (PDT), que teve sua ausência registrada na ata de reclamação da reunião.

Os protetores dos animais reivindicam a realização de um campanha educacional nas escolas do Recife, a castração em massa, um programa para voluntariados, a criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Animal, a implantação de uma Central de Denúncias para casos de maus tratos e a implantação do programa de microchipagem dos animais.

Além disso, as entidades cobram a realização do estudo social do trabalho dos carroceiros, a criação de um crematório público para os animais e a construção do Hospital Municipal Veterinário.

Para Luciane Nascimento, representante do Projeto Patinha, um dos principais problemas é que a Seda não tem representatividade nas discussões públicas.

“Nas duas últimas audiências, uma sobre os tubarões e outra sobre o Zoológico, o secretário não compareceu. Nós também discordamos da forma como algumas ações vêm sendo feitas. Falta uma equipe mais informada sobre a causa animal. Não há um biólogo, não há equipe multidisciplinar”, afirmou Luciane Nascimento.

O Projeto Patinhas sugeriu a criação de um conselho gestor formado por grupos e entidades que atuem na causa animal, mas até agora não teve resposta da Prefeitura do Recife, segundo a entidade.

O Projeto Adote um Vira-Lata, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também não tem aprovado a atuação da Seda. Criado há seis anos, o projeto tem experiência na realização de eventos para adoção animal.

“Nós fazemos esses eventos há dois anos e sabemos que as pessoas não retornam com os animais para castrá-los. Por isso, a decisão da Seda de doar fêmeas sem castração porque ainda não tiveram o primeiro cio, para mim, é um crime”, cravou Ariene Guimarães, uma das idealizadoras do projeto. Segundo ela, a secretaria-executiva está aumentando a demanda de trabalho para os protetores animais e para a própria estrutura, porque, de acordo com Ariene, esses animais irão reproduzir e muitos serão abandonados.

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