PETROBRAS

Eduardo: reação "cheira" a infantilidade

Governador reage a possível retaliação da União em Suape e cobra transparência na elucidação do caso da empresa estatal

Jumariana Oliveira
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Jumariana Oliveira
Publicado em 29/03/2014 às 6:18
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Governador reage a possível retaliação da União em Suape e cobra transparência na elucidação do caso da empresa estatal - FOTO: Igo Bione/JC Imagem
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O governador Eduardo Campos (PSB) intensificou as críticas no que promete ser um dos calos da presidente Dilma Rousseff (PT) na eleição deste ano. As possíveis irregularidades na gestão da Petrobras geraram, nas duas últimas semanas, ataques do socialista a ponto de o PT ameaçar investigar a gerência do Porto de Suape, em Pernambuco, o que poderia afetar Eduardo, além do escândalo no cartel do metrô, que envolve gestões do PSDB em São Paulo. Em resposta, o governador afirmou, ontem, que a medida do Planalto mostraria a “infantilidade” da gestão Dilma.

“Todos os gestores devem estar abertos a favorecer o controle social, mas não podemos de forma nenhuma admitir uma atitude que cheira até a infantilidade de tentar fazer um projeto de defesa. Ao invés de você responder com tranquilidade, tenta puxar outros assuntos. Hora nenhuma isso deve ser colocado como cabo de aço eleitoral”, criticou Eduardo.

A medida do Planalto atingiria os presidenciáveis Eduardo Campos e Aécio Neves (PSDB), que são virtuais adversários de Dilma Rousseff.

Não é a primeira vez que o PT tenta atingir o governador utilizando o Porto de Suape. No ano passado, o governo federal apresentou uma medida provisória, a MP 595, que prevê a transferência da gerência dos portos brasileiros para a União, o que também incluiria Suape. Por ser considerada a “menina dos olhos” de Eduardo, a iniciativa gerou embates entre o PSB e a gestão Dilma.

Eduardo disse que não há problemas em possíveis investigações em Suape, mas destacou que “o que a sociedade quer é saber o que há com a Petrobras”. O socialista, mais uma vez, descartou viés eleitoral na discussão e lembrou que foi o movimento para investigar a estatal surgiu dos próprios governistas.

O PSB foi um dos partidos que colaboraram com assinaturas para a criação da CPI no Senado. Esta semana, o líder do partido na Casa, Rodrigo Rollemberg (DF), destacou a importância da comissão. Ex-aliado do PT, a legenda age agora como oposição à gestão.

“A sociedade tem o direito de ser esclarecida do que houve na Petrobras, e isso deve ser feito com tranquilidade. Alguém errou e precisamos blindar outros erros. Se alguém errou com dolo, tem que pagar porque estamos tratando de uma empresa pública. Não é debate eleitoral”, insistiu.

TUCANOS
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra (SP), ambos do PSDB, criticaram ontem a estratégia do Planalto de tentar incluir o caso Alstom – que envolve gestões tucanas em São Paulo – em uma possível CPI da Petrobras.

Para Serra, a postura da União “é pouco inteligente” e que o contra-ataque dá ideia de artificialidade. FHC classificou a estratégia da União como “puramente eleitoreira”.

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