50 anos do golpe militar

Estudantes expulsos da faculdade

Quando o Decreto-lei 477 foi assinado em 26 de fevereiro de 1969, as universidades do Brasil divulgavam os nomes dos estudantes cassados

Carolina Albuquerque
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Carolina Albuquerque
Publicado em 03/04/2014 às 5:47
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Lista após lista. Quando o Decreto-lei 477 foi assinado em 26 de fevereiro de 1969, as universidades do Brasil inteiro, uma a uma, iam divulgando os nomes dos estudantes cassados. O termo foi emitido pelo general Costa e Silva, então ocupando a presidência, e pelos ministros da Educação, Tarso Dutra, e da Casa Civil, Gama e Silva. 

Atingiu principalmente aqueles jovens que estavam na frente de organismos estudantis, como DAs e DCEs. O estudante perderia o direito de frequentar as aulas por três anos e estaria proibido de matricular-se em qualquer outra universidade. 

Não se pode falar do 477 sem fazer referência a 1968, considerado o ano que não terminou. O período era de efervescência política estudantil no Brasil, um reflexo também do que acontecia pelo mundo todo, como as manifestações de maio na França.

Dois fatos são emblemáticos. No dia 28 de março, o estudante Edson Luis é morto no Rio de Janeiro, no restaurante Calabouço, em conflito com a polícia. Foi uma comoção. Centenas de pessoas compareceram ao enterro, bradando contra a violência e o governo. O assassinato levou a manifestação popular ao seu ápice, no que ficou conhecido pela passeata dos Cem Mil. Em outubro, tem lugar em Ibiúna, no sul do Estado de São Paulo, o Congresso Estudantil da UNE. Toda a liderança do movimento é presa, entre eles, José Dirceu, então presidente da UEE. 

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