A Prefeitura de Petrolina está sendo investigada por fraude nas licitações de 2012 e 2013 do “São João do Vale”, festa tradicional na região. Ontem, a Polícia Federal de Juazeiro (BA), na fronteira com o município, realizou cinco mandados de busca e apreensão na Secretaria Municipal de Finanças e na Coordenação Geral de Licitações, Contratos e Convênios. Só em 2013, os contratos firmados pela Prefeitura de Petrolina ultrapassaram os R$ 10 milhões.
De acordo com o “Blog do Geraldo José”, que relatou a coletiva à imprensa feita pelo delegado da PF em Juazeiro, Amaro Guimarães, os prováveis envolvidos na fraude são o ex-secretário de Coordenação e Licitações, Mário Ferreira Cavalcante; a ex-secretária de Turismo, Nadja Batista; o atual secretário de Turismo, Iuric Pires Martins, e o secretário de Finanças, Júlio Lossio Filho. Os acusados podem ser indiciados por crimes licitatórios, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Guimarães explicou que as fraudes aconteciam por meio de contratação irregular de empresas para locação e montagem de estruturas (através de direcionamento de licitações, superfaturamento, montagem de estruturas fora de especificações e renovações irregulares de contratos) e por contratação irregular de empresas (a fim de intermediar acordos com artistas e bandas sem contrato de exclusividade, e direcionando licitações superfaturadas). As investigações começaram após denúncias feitas pelo vereador Ronaldo Cancão (PSL) sobre a montagem de palcos em 2013. A PF constatou que a estrutura da festa já estava pronta, antes mesmo da licitação de montagem acontecer.
Além de Petrolina, as investigações da chamada “Operação Midsummer” (nome que faz referência ao solstício de verão, quando se comemora o São João europeu) aconteceram nas cidades de Juazeiro, Salgueiro (PE) e Campo Formoso (BA), onde estão sediadas as empresas JI Barros, Carcará Assessoria, Promoções e Eventos e ME Produções Artísticas.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Petrolina enviou nota à imprensa, afirmando que “aguarda o desenrolar dos acontecimentos e das apurações dos órgãos de controle” e só adotará possíveis medidas administrativas “após ter acesso aos autos do inquérito policial”. A nota diz ainda que “nada induz à participação” do prefeito Julio Lossio (PMDB) nas irregularidades apontadas.
