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Reação ao excesso de propaganda ganha as redes sociais

Cavaletes e bandeiras dos candidatos despertam irritação de parte dos eleitores

Jorge Cavalcanti
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Jorge Cavalcanti
Publicado em 13/07/2014 às 18:06
Foto: Edmar Melo/JC Imagem
Cavaletes e bandeiras dos candidatos despertam irritação de parte dos eleitores - FOTO: Foto: Edmar Melo/JC Imagem
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Bandeiras e cavaletes de candidatos começam a despertar a irritação de parte dos eleitores, principalmente nas redes sociais, menos de uma semana depois da autorização da Justiça Eleitoral para o início da campanha de rua. As reações reproduzem um sentimento externado na última eleição municipal: a crítica ao excesso de propaganda, atrapalhando o ir e vir e estimulando a poluição visual. Há dois anos, pressionado, Geraldo Julio (PSB) foi obrigado a reduzir o volume de material de campanha, após ter deixado o Recife amarelo, cor da sua candidatura a prefeito.

Nas últimas quinta e sexta-feira, o Jornal do Commercio circulou pela cidade e flagrou exemplos que ferem a legislação. A exigência legal de não dificultar “o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos” nem sempre é seguida à risca. Na disputa do voto, a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é minimizada.

Para tentar evitar abusos na ocupação dos espaços públicos, o juiz da propaganda eleitoral da capital, Alexandre Pimentel, terá um encontro com os jurídicos das campanhas e coligações. A reunião será amanhã. Nela, algumas propostas serão apresentadas aos candidatos em busca de um acordo de convivência para evitar que a concorrência gere excessos e atrapalhe a população.

Por ora, os candidatos da Frente Popular – Paulo Câmara a governador e Fernando Bezerra Coelho para o Senado – são os que exibem maior quantidade de material. Sempre em pontos considerados estratégicos na capital pernambucana. Os dois têm o apoio do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos. Ex-secretário estadual da Fazenda, Câmara gastou com bandeiras. Bezerra Coelho preferiu os cavaletes. Domingo passado, primeiro dia de propaganda autorizada, as cores de Paulo Câmara já chamavam a atenção dos que circulavam pelo Recife. O mesmo amarelo das campanhas do PSB.

Também candidato ao governo, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) só foi visto em bandeiras quatro dias depois. As primeiras surgiram na Avenida Sigismundo Gonçalves, em Olinda, na quinta. Mais precisamente em frente ao Colégio São Bento, bem próximo a uma parada de ônibus. Seu companheiro de chapa para o Senado, o ex-prefeito do Recife João Paulo, não havia espalhado material de campanha, até o fechamento desta edição, sexta-feira à noite.

NA BERLINDA
Ao estrear na propaganda de rua, Paulo Câmara repetiu o caminho aberto por Geraldo Julio, seu cabo eleitoral no Recife. E foi o primeiro também a ser alvo de críticas nas redes sociais. Uma foto divulgada no Facebook na quinta-feira, no perfil do internauta Aslan Cabral, criticando o excesso de bandeiras na orla de Boa Viagem, Zona Sul, gerou repercussão. “Perdemos metade do calçadão (...) ‘O novo Pernambuco avança’, diz a bandeira, ironicamente. Avança mesmo! Não importa se é público?”, diz um trecho do texto da publicação. No período de 24 horas, a imagem havia sido compartilhada 402 vezes apenas do perfil de Aslan. Ele é artista plástico e participou da 13ª edição do Big Brother Brasil, da Globo. Com base na fotografia, a advogada Noelia Brito, crítica ferrenha de Eduardo Campos e seu grupo político nas redes sociais, formalizou uma denúncia de propaganda irregular no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Na tarde de quinta-feira, o JC percorreu todo o calçadão e constatou que as bandeiras não estavam mais lá. “Em consideração à sua manifestação, informamos que a denúncia foi recebida e que as providências cabíveis já foram tomadas”, respondeu a Noelia a Comissão de Propaganda do TRE no Recife. No dia seguinte, as bandeiras itinerantes estavam fincadas no Segundo Jardim de Boa Viagem.

O JC estará atento a possíveis irregularidades. E os leitores poderão mandar imagens de abusos constatados, através da rede social comuniQ, do JC.

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