As causas da morte do ex-governador Eduardo Campos pela primeira vez foram questionadas por um socialista. Depois de se tornar alvo da oposição por conta dos benefícios dados a uma empresa apontada como a compradora do avião, Paulo Câmara (PSB) demonstrou desconfiança com o que pode ter ocasionado o acidente. “O Brasil e os pernambucanos precisam saber as causas que motivaram a queda do avião. São questões que ninguém sabe, que não têm clareza. As causas estão mal explicadas. A caixa-preta do avião não funcionava...”, afirmou o candidato, em entrevista à rádio JC News.
O candidato preferiu não usar o temo “sabotagem” para justificar a queda do avião, mas frisou que o acidente está mal explicado. A reação de Paulo é referente às acusações feita pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PDT), que na semana passada disse que o socialista precisa explicar porque o governo estadual concedeu incentivos a empresa Bandeirantes Pneus, apontada como uma das possíveis compradoras do avião utilizado na campanha do PSB. Ele não deixou claro se as respostas do seu partido em relação ao uso da aeronave estão claras para a população.
Para Paulo Câmara, a postura da oposição indica que há preocupação da oposição com a candidatura do PSB, já que até então não houve troca de acusações entre os postulantes. “Nossa candidatura vem incomodando porque estão acompanhando nosso crescimento e tenho certeza que não é so momentâneo, mas eu não vou perder tempo com essas questões”, disse.
Paulo ainda frisou que no seu possível governo ele irá combater os “maus” pagadores de impostos, em mais uma resposta às posições da oposição.
Ontem, o candidato ainda se encontrou com representantes do Sindicato dos Combustíveis. Na ocasião, ele recebeu uma série de reivindicações para o setor. Apesar de garantir bom relacionamento com o segmento, o candidato não se comprometeu claramente com nenhuma das propostas apresentadas pelo sindicato. “Vou levar as propostas e avaliar as questões mais complexas”, disse. A categoria falou sobre flexibilização das normas para o setor, pediu a unificação das legislação ambiental entre Estado e municípios e redução do ICMS para o segmento. Da oposição, o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) participou do evento, mas justificou sua presença alegando que o sindicato declarou apoio à sua candidatura.