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Tragédia marcou campanha

A morte de Eduardo Campos chocou Pernambuco, mas impulsionou o nome do então candidato ao topo das pesquisas

Jumariana Oliveira
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Jumariana Oliveira
Publicado em 01/01/2015 às 15:24
Edmar Melo/JC Imagem
A morte de Eduardo Campos chocou Pernambuco, mas impulsionou o nome do então candidato ao topo das pesquisas - FOTO: Edmar Melo/JC Imagem
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A campanha eleitoral que consagrou Paulo Câmara (PSB) governador de Pernambuco, sem dúvida foi uma das mais imprevisíveis no cenário político pernambucano. A inesperada morte do ex-governador Eduardo Campos deixou não só os familiares e amigos abalados. A população pernambucana parou diante do fato. O clima triste era constante nas ruas de qualquer canto do Estado. Foi a partir deste momento que a campanha tomou outros rumos. O técnico desconhecido Paulo Câmara, escolhido para suceder Eduardo, passou adiante e assumiu a dianteira nas pesquisas de intenções de voto.

Apesar do abalo com a morte do principal líder político de Pernambuco, os integrantes da Frente Popular não esmoreceram. Pelo contrário. A perda de Eduardo Campos fez a campanha ganhar um novo ritmo. Logo após o sepultamento do ex-governador, os aliados do PSB se reuniram a pedido de Renata Campos. A ex-primeira-dama deu o seu recado. Pediu que o projeto de Eduardo fosse levado adiante. Disse que não desistiria de eleger o novato Paulo Câmara. A interlocutores, Renata chegou a confidenciar que a derrota de Paulo poderia representar o esquecimento das benfeitorias de Eduardo Campos no Estado.

Ainda de luto, a Frente Popular voltou a se mobilizar depois de uma semana de atividades paradas. Não demorou para que Paulo passasse a receber outro tratamento do eleitorado pernambucano. Antes desconhecido nas ruas, o socialista passou a ser visto como o candidato escolhido pelo ex-governador para dar continuidade às suas ações. A virada nas pesquisas de intenções de voto foi rápida.

Antes do acidente de Eduardo, Paulo passou por dificuldades ao longo da campanha. Mesmo com a presença constante do ex-governador nos atos de campanha em Pernambuco, o socialista não conseguia obter bons desempenhos nas pesquisas. Em alguns momentos, Eduardo precisou abrir mão da sua campanha nacional para pedir votos para seu candidato nos municípios pernambucanos.

Logo no primeiro levantamento após a morte, Paulo já apareceu numa posição muito mais confortável, apesar de ainda estar atrás do seu principal concorrente, o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Antes do acidente aéreo, o petebista era identificado como o candidato de Eduardo em algumas cidades do Estado. O início do guia eleitoral também ajudou a fortalecer a imagem do socialista.

O acidente de Eduardo resultou em um ingrediente a mais para a campanha eleitoral. O uso da emoção marcou os primeiros atos de Paulo na segunda metade da disputa. Nos discursos feitos ao final de cada ato, lideranças da Frente Popular falavam da importância de manter o legado iniciado pelo ex-governador. Nas peças publicitárias, a presença de Eduardo também foi constante.

Para suprir a ausência do ex-governador, a família Campos decidiu se engajar publicamente na reta final da campanha. Os filhos de Eduardo Campos, Pedro e João, passaram a acompanhar os atos da Frente Popular, mesmo sem a presença de Paulo. Os dois herdeiros, sempre assediados pela população, também começaram a pedir votos em cima do palanque. O último ato de campanha, inclusive, contou com a participação de Renata Campos.
Apesar da ausência do líder político, a Frente Popular conseguiu comprovar a sua força. Com 21 partidos, a coligação majoritária, representada pelo novato Paulo Câmara, foi vitoriosa com 68% dos votos do eleitorado pernambucano. Mesmo sem experiência na política, o socialista foi eleito proporcionalmente o governador mais bem votado do País.

 

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