O mais novo embate entre a Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE) e a Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) ganhou mais um capítulo na tarde desta sexta (16). O presidente da OAB, Pedro Henrique Reynaldo, respondeu às críticas do presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, afirmando que não sabe lidar com o tema da forma como o deputado vem tratando.
“Ele está adotando um tom pessoal em um debate institucional e que nós sempre tratamos de forma muito respeitosa. Agora, eu não transito nesse submundo das devassas pessoais e dos dossiês”, afirmou Pedro Henrique, enviando um recado direto a Uchoa.
O presidente da OAB se referia à entrevista publicada pelo jornal Folha de Pernambuco, na qual Uchoa afirma que seu novo desafeto não poderia contestar o aumento dos salários dos deputados uma vez que ele recebe R$ 27.071 por mês. O valor seria cerca de R$ 8 mil a mais que recebe um deputado. Uchoa afirmou ainda que o presidente da OAB não teria como justificar o salário uma vez que “nos últimos dois anos, não tem uma audiência em nome do Estado e nenhum parecer assinado por Pedro Henrique”.
Em resposta a essas acusações, a Associação dos Procuradores do Estado de Pernambuco (APPE) resolveu entrar na briga. Em nota oficial, a APPE defendeu a licença tirada pelo presidente da OAB, observando que ela está assegurada pela Legislação Estadual para desempenho de mandato em associação representativa da categoria sem prejuízo de remuneração, direitos e vantagens. Em outro trecho, a nota destaca que Pedro Henrique possui quase vinte anos de relevantes serviços prestados ao Estado e reconhecimento dos advogados.
O embate entre os presidentes das duas instituições teve início no final de 2014, quando Guilherme Uchoa iniciou as articulações para ser reconduzido à presidência da Casa pela quinta vez. O deputado já está há oito anos como presidente da Alepe, um feito inédito na história da Casa. Na ocasião, o presidente da OAB se manifestou contrário à reeleição e declarou que a Ordem a contestaria na Justiça, caso ela se concretizasse.
Mais recentemente, Pedro Henrique voltou a se manifestar contra a decisão dos deputados em reajustar seus salários em 26%, passando dos antigos R$ 20.042,35 para R$ 25.045,00.
Apesar das críticas de Uchoa, o presidente da OAB deixou claro que não deixará se intimidar. “Não seria digno de ser advogado nem presidente da OAB se me atemorizasse com esse tipo de declaração”.
