O governo estadual finaliza este mês o mapa da estratégia que norteará suas as ações pelos próximos quatro anos e a partir daí começarão as sessões de monitoramento do governador Paulo Câmara (PSB) com os secretários estaduais. O modelo de acompanhamento dos projetos executados no Estado com a participação de todo o secretariado em uma reunião conjunta foi instituído por Eduardo Campos e desde então ficaram famosas nos bastidores políticos as cobranças mais incisivas do ex-governador. A expectativa agora é para saber qual será a linha de atuação do atual chefe do Executivo estadual.
Interlocutores do governo afirmaram que o jeito sereno de Paulo não significa que haverá menos cobranças para os secretários. A avaliação, feita em reserva, é de que o governador tem um estilo diferente do de Eduardo, mas sabe ser duro quando necessário. “Ninguém pode se enganar. Paulo é tranquilo, mas quando ‘estoura’ pode ser pior do que Eduardo. O nível de paciência é maior, mas a firmeza pode ser bem evidente”, diz um governista.
Na análise dos integrantes do governo, o fato de Paulo ter sido secretário de governo vai facilitar a compreensão do trabalho dos seus auxiliares. No entanto, entre os atuais secretários, ninguém espera moleza nas cobranças. Nem mesmo a crise econômica que tem emperrado a administração pública poderá ser usada como desculpa uma vez que as obras prioritárias terão recursos garantidos. Com o orçamento de suas pastas em mãos e as propostas sugeridas durante o Todos por Pernambuco consolidadas, os gestores saberão exatamente o cronograma financeiro e de prioridades.
Um governista explica que os secretários precisarão estar atentos à fiscalização de obras para responderem com exatidão aos questionamentos de Paulo. “Se o governador já deu uma ordem de serviço para a recuperação de uma estrada e o recurso foi repassado e a obra não está andando é porque não está havendo monitoramento do secretário. O governador sabe que se não estiver em cima, o negócio não anda. Isso é com qualquer obra, seja estrada, hospital ou barragem”, exemplifica outro interlocutor de Paulo.
A aposta entre os governistas é que, nessa primeira rodada de monitoramento, Paulo coloque em prática uma lição que aprendeu ainda na época em que foi secretário de Administração de Eduardo Campos, em 2007. Isso significa que o governador colocará uma lupa em cima dos “pontos fora da curva” para evitar que obstáculos circunstanciais virem tendência no governo. Estreante na política, ele também terá que tomar para si o papel de estimular a tropa para chegar ao fim do ano com um saldo positivo.