eleições 2016

PT avalia que eleições 2016 serão as mais difíceis da história do partido

Partido vai encarar as urnas em 2016 enfrentando sua pior crise de credibilidade. Caciques tentam manter otimismo e defendem candidaturas majoritárias

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 29/11/2015 às 21:03
Foto: Clemilson Campos/JC Imagem
Partido vai encarar as urnas em 2016 enfrentando sua pior crise de credibilidade. Caciques tentam manter otimismo e defendem candidaturas majoritárias - FOTO: Foto: Clemilson Campos/JC Imagem
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Há três anos, o PT no Recife enfrentava uma dura derrota nas urnas, que expôs a fragmentação da legenda na capital - considerada vitrine política da sigla. Em 2013, o partido buscou a reestruturação com o Processo de Eleições Diretas (PED), que culminou com a escolha da nova presidência estadual. Porém, o momento mais crítico está por vir. O desafio nas urnas em 2016 deve ser um dos mais difíceis para a legenda.

Enfrentando a pior crise política e de credibilidade de sua história, que começou com o mensalão e se estende até hoje com as investigações da Operação Lava Jato, o partido corre o risco de reduzir drasticamente o número de municípios sob seu comando no Estado. Esta semana, a prisão do senador petista Delcídio Amaral, líder do governo, aprofundou ainda mais a crise do PT.

Cientes da missão, caciques do partido no Estado agem internamente para mapear potenciais candidaturas. Fugindo de holofotes, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) roda o Estado com plenárias. Atualmente, oito prefeituras estão sob administração petista. "Vamos priorizar os municípios governados pelo partido, mirar em alguns do interior e teremos um olhar específico para a Região Metropolitana do Recife", afirmou Teresa Leitão, presidente estadual do PT. Quanto à crise de imagem, o vice-presidente da sigla, Bruno Ribeiro, defende que o desgaste não é enfrentado só pelo PT, mas pela classe política no Brasil.

Mesmo com o cenário adverso, o PT deve caminhar pela candidatura própria na capital, embora o partido tenha perdido todas as cadeiras na Câmara Federal nas eleições de 2014. O presidente do PT no Recife, Oscar Barreto, adota cautela e diz que é preciso vencer uma agenda por vez. "Vivemos um momento rico da disputa, apesar de alguns acharem que estamos vivendo uma disputa adversa", reflete.

Do ponto de vista programático, o partido destaca a necessidade de retornar às origens, da militância de rua. Lideranças apontam que, caso seja aprovado o financiamento público de campanha, será uma bandeira histórica defendida pelo PT que poderá ser usada nas campanhas. "Estamos num período em que o debate com a comunidade está empobrecido em razão do fornecimento de dinheiro para propaganda, TV, marketing. A ideia é que o marqueteiro perca espaço e o político ganhe", avalia um dirigente.

Para o ex-prefeito João Paulo, um dos nomes cotados para a disputa no Recife, a eleição de 2016 será uma das mais duras desde a redemocratização. "Será difícil para quem está na oposição e para governistas, porque a maioria dos prefeitos do Brasil estão com avaliações baixíssimas, inclusive pelas dificuldades econômicas e os cortes", afirma. Segundo ele, o pleito de 2016 deve ter elevada abstenção. Outros quadros do partido se movimentam para empinar candidatura, como Mozart Sales e Fernando Ferro.

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