A Prefeitura do Recife vai lançar a terceira licitação da Companhia Recife de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos (Recda). O Diário Oficial do Município do sábado (13) trará o aviso de publicação. O edital irá selecionar a instituição que vai coordenar e estruturar a operação de debêntures (títulos de dívida) da Prefeitura.
Os dois outros editais não conseguiram atrair interessados. Para tornar o negócio atrativo ao mercado, a Prefeitura está realizando mudanças no edital. A primeira delas é na classificação do ranking de risco de investimento, que cai de AA+ para AA-, seguindo as quedas registradas pelo País por agências de classificação internacionais. A segunda é o valor de ressarcimento de investimentos em eventual frustração. As despesas seriam pagas pela Recda.
Outra mudança no edital será a ausência de um teto. No primeiro edital, a Prefeitura esperava arrecadar entre R$ 55 milhões e R$ 80 milhões com os ativos municipais. No segundo edital, o valor foi mantido. Mas neste terceiro, será colocado apenas o valor inicial, de R$ 55 milhões, sem o intervalo de ganhos.
“Provavelmente as condições de mercado não estão sendo atrativas para esse tipo de operação nesse momento. A gente está fazendo os ajustes para que ela se torne mais atrativa à situação atual que o Brasil está vivendo”, declarou ontem o prefeito Geraldo Julio, após a coletiva de balanço de carnaval. “Estamos otimistas com este edital. A conjuntura econômica evoluiu muito rapidamente e tivemos que nos adequar à realidade econômica. O que pesou mais foi a classificação do ranking de investimento”, disse o secretário de Finanças, Ricardo Dantas.
O valor de R$ 55 milhões é inferior ao que inicialmente a Prefeitura pretendia arrecadar com os debêntures. Em setembro do ano passado, ao anunciar um pacote de enfrentamento à crise econômica, a Prefeitura esperava arrecadar R$ 60 milhões com os ativos. A empresa terá um conselho administrativo de cinco membros, eleitos em uma assembleia, para geri-la.