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Jarbas elogia João Campos: "Eu vejo pelo conteúdo"

Em entrevista à Rádio Jornal, deputado defendeu nomeação do socialista

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 19/02/2016 às 18:43
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Em meio às críticas que tomaram as redes sociais sobre a nomeação de João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, para a chefia de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB), o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) defendeu a indicação do nome de João para o cargo. Jarbas também defendeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e atacou o ex-presidente Lula (PT) e a presidente Dilma Rousseff (PT).

Jarbas disse que conheceu João Campos após a morte de Eduardo, durante a campanha eleitoral de 2014. Teve a oportunidade de conversar com ele no Recife e no interior. Em Garanhuns, chegou a assistir uma fala sua durante um comício. Depois, os dois trocaram mensagens esporádicas. O pouco tempo de convivência foi suficiente para deixar Jarbas “impressionado” com o jovem, segundo o próprio parlamentar. 

“Ele é filho de um político, pertence a uma família política. A função que ele vai ocupar não é uma função só técnica, é muito mais política do que técnica. Acho absolutamente normal, natural. Primeiro, é um cargo de confiança que ele está ocupando. Não vejo nenhum deslize, nenhuma coisa anormal que deve incomodar porque é do PSB, porque é da família Campos. Não vejo assim, eu vejo pelo conteúdo, pela sensibilidade, pela dimensão dele. Com a pouca idade que ele tem, não vejo como não dar oportunidade para ele surgir na política ocupando um cargo eminentemente político”, acrescentou o parlamentar. 

Em 2012, Jarbas tentou lançar seu filho, Jarbas Filho, à Câmara do Recife, mas o jovem não se elegeu. Depois, ele ocupou um cargo na gestão de Geraldo Julio (PSB). Em 2011, quando ainda era adversário político do PSB, Jarbas foi uma das vozes mais críticas no Congresso à indicação de Ana Arraes (PSB) para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). A socialista é mãe de Eduardo Campos, que trabalhou intensivamente nos bastidores do Congresso para validar a indicação.

No campo da política nacional, Jarbas disse que ainda acredita numa possível renúncia de Dilma. “Não descarto essa possibilidade. Estamos no fundo do poço e um dia ela pode chegar à conclusão de que o Brasil é inviável. É possível que ela acene para um entendimento nacional, mas ela não tem nenhum respaldo para isso. A formação dela é autoritária, intolerante”, declarou. Em outro trecho, Jarbas afirmou que o “o debate do impeachment não esfriou porque ele nunca esteve quente”. 

Jarbas também cobrou explicações de Lula sobre o uso de imóveis que não estão em seu nome e citou o escândalo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve um caso extraconjugal com uma jornalista. “O que o ex-presidente presidente Lula precisa fazer é que ele se defenda, esclareça. (...)  Veja o caso de Fernando Henrique Cardoso. Por conta de uma relação fora do casamento, está tendo que dar explicações. Em suma, dizendo que algumas coisas já aconteceram, que o dinheiro é dele. Mas ele está explicando. A mesma coisa tem que acontecer com o presidente Lula. O presidente Lula não é maior nem menor do que ninguém. Ele não está fora da lei. Ele não é uma pessoa excepcional. Ele tem que dizer as coisas. Se for uma aberração, dizer ‘isso é tão aberrante’”, disse o parlamentar.

SUPREMO

Um dos nomes cotados para presidir a Câmara dos Deputados, após um possível afastamento de Eduardo Cunha (PMDB), Jarbas defendeu uma intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso. “As pessoas esquecem de que há um pedido formal da Procuradoria Geral da República no sentido de pedir o afastamento de Cunha. É só o Supremo dar andamento a isso. Se a gente for esperar a Câmara, não faz isso, pelo exercício de poder que tem o deputado Eduardo Cunha”, explicou Jarbas.

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