O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), conversou ontem com o deputado pernambucano Mendonça Filho (DEM) para sondá-lo sobre a disposição de questionar na Justiça a nomeação do procurador baiano Wellington César Lima para a vaga. Mendonça entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal afirmando que a indicação do procurador para o ministério fere o artigo 128 da Constituição Federal, que veda membros do Ministério Público de exercer outros cargos públicos que não sejam o magistério.
Antes de Mendonça, Cardozo procurou o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia, e argumentou que a nomeação não seria inconstitucional. O petista, nega, porém, ter intercedido para que o partido desistisse da ação. “A mim, ele não pediu nada”, garante Mendonça.
De Agripino, Cardozo teria ouvido que a ação está sendo movida pelo deputado pernambucano e não pelo partido. “Eu não tenho nada pessoal contra o ministro. Acho apenas que, de acordo com a Constituição, não dá para acumular cargo do Ministério Público com nenhuma outra função pública, exceto de professor. Então o governo e o Ministério da Justiça têm que zelar pela Constituição”, diz Mendonça.
Cardozo deixou a pasta após pressão do PT, que critica a atuação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
