Professores e demais trabalhadores da educação da rede municipal do Recife decidiram nesta tarde (3/3) paralisar as atividades a partir de terça-feira (8 de março). “Só aceitamos os 11,36% para todos”, explicou Eunice Nascimento, uma das coordenadoras do Sindicato dos Professores da Rede Municipal. Ela se refere à proposta feita pela equipe de Geraldo Júlio (PSB) de aplicar o índice nacional de reajuste do piso do magistério apenas para os vencimentos de nível inicial, ou seja, aos que não têm formação universitária.
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Níveis seguintes teriam correção um pouco menor e os demais, os 7,5% que está sendo proposto a outras categorias, condicionado ao aumento da receita e escalonado. Também nesta quinta (3/3), os funcionários ligados ao Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsepre) resolveram em assembleia manter a greve iniciada há três dias.
Os professores fizeram caminhada nesta tarde e chegaram a parar por alguns minutos um trecho da Avenida Agamenon Magalhães, no Centro, fazendo uma ciranda. Nesta sexta (4/3) e na segunda-feira (7/3), as aulas serão normais, com os trabalhadores aproveitando para explicar a situação aos pais dos estudantes.
No Recife, segundo eles, são cerca de cinco mil ativos na educação, atuando em aproximadamente 300 unidades escolares. “Podemos voltar atrás se a prefeitura oferecer uma proposta mais interessante”, disse Eunice. No primeiro dia da paralisação, que coincide com o 8 de Março, os professores fazem assembleia às 9h e, à tarde, juntam-se aos movimentos sociais na defesa dos direitos das mulheres. Cerca de 80% da classe é formada pelo sexo feminino.
A Secretaria de Administração do Município aguarda que a partir de segunda (7/3) as diferentes entidades se manifestem quanto às propostas, pois alega que existem outros sindicatos além dos que representam professores e do Sindsepre. De acordo com a PCR, auxiliares de desenvolvimento infantil, agentes comunitários de saúde e de endemias, técnicos de saúde bucal, motoristas, técnicos de cadastro imobiliário, agentes operacionais e jornalistas estão entre os que podem ser beneficiados com o aumento de 10,67%. No dia anterior, havia alegado que o piso da educação já é maior que o nacional (R$ 2.135) e que não seria possível aplicar o reajuste maior para todos por causa da crise financeira atual.