Desde o início das especulações sobre a equipe ministerial de um eventual governo Michel Temer (PMDB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), tem destacado em suas falas políticas que é contrário ao ingresso do seu partido na gestão do peemedebista. Embora tenha ganhado força nos bastidores a sinalização que o deputado federal Fernando Filho, líder do PSB na Câmara, é cotado para o Ministério da Integração, Geraldo critica o loteamento de cargos e se diz “muito preocupado” com os nomes que vêm sendo especulados para compor a equipe do governo provisório.
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"A gente anda muito preocupado com as notícias que têm saído no noticiário nacional (sobre os possíveis ministros), acho que o presidente deve demonstrar ao País o que o governo pretende fazer. Espero que ele consiga formar esse ministério com a cara de quem vai, de fato, recolocar o País nos trilhos e fazer as mudanças", afirmou Geraldo, nessa quarta (4), durante a quarta visita do ano ao Hospital da Mulher do Recife.
Na bolsa de apostas da nova equipe de governo estão nomes de vários pernambucanos, como os deputados federais Mendonça Filho (DEM), Bruno Araújo (PSDB), Raul Jungmann (PPS), Augusto Coutinho (Solidariedade) - boa parte deles fazem parte do arco de alianças do prefeito.
CONTRADIÇÕES - Em sua fala, o prefeito grifou ainda a contradição do PSB em almejar cargos, uma vez que o partido encampou o processo de cassação da chapa presidencial Dilma Rousseff/Michel Temer. Em abril, a Rede Sustentabilidade encaminhou junto com o PSB e o PPL uma ação de "amicus curiae" para cassar a chapa. O objetivo da ação é contribuir com denúncias de fraude e abuso de poder político e econômico que teriam ocorrido nas últimas eleições presidenciais. O processo está em tramitação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Questionado se houve atritos com o grupo político do deputado Fernando Filho, Geraldo negou mal-estar e disse que as divergências fazem parte dos partidos. "É normal que dentro de um partido exista debates, discussões, posições diferentes. Mas o importante é que o partido possa chegar a um consenso no final. Mantenho essa posição desde o início. Aliás, o PSB entrou com amicus curiae na decisão pelo afastamento e cassação da chapa e da realização de novas eleições. O partido já tomou essa posição. A gente tem que fazer aquilo que é possível", afirmou o prefeito.
Oficialmente, o PSB só deve se posicionar na próxima semana, um dia antes da votação do impeachment de Dilma no Senado.
