Investigação

Prefeito de Caruaru terá que explicar cachê de Wesley Safadão ao Ministério Público

Cantor cobrou R$ 575 mil para tocar na cidade pernambucana e R$ 190 mil para se apresentar em Campina Grande na mesma noite

JC Online
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Publicado em 21/06/2016 às 16:31
Foto: Deyvison Nunes/ JC Imagem
Cantor cobrou R$ 575 mil para tocar na cidade pernambucana e R$ 190 mil para se apresentar em Campina Grande na mesma noite - FOTO: Foto: Deyvison Nunes/ JC Imagem
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O Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) notificaram, na última segunda-feira (20), o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), para prestar esclarecimentos sobre os valores repassados a artistas contratados pela prefeitura para o São João da cidade. O pedido de explicação se deu depois da divulgação do cachê cobrado pelo cantor Wesley Safadão para se apresentar no município do Agreste pernambucano, de R$ 575 mil. Para tocar em Campina Grande, na Paraíba, no dia 1º de julho, o artista cobrou R$ 190 mil.

Os órgãos também pedem que o prefeito explique as diferenças nos cachês da cantora Elba Ramalho, que se apresentou na abertura da festa de Caruaru por R$ 190 mil e em Campina Grande por R$ 160 mil, e da banda Aviões do Forró, que tocou na cidade pernambucana no último sábado (18) por R$ 250 mil e no município paraibano por R$ 195 mil. José Queiroz também deverá explicar como foi feita a contratação destes artistas e se os valores já foram pagos, mesmo que parcialmente.

O líder da oposição da Câmara de Vereadores de Caruaru, vereador Gilberto de Dora (PSDB), afirmou que o clima geral na cidade é de revolta em relação às contratações. "A população de Caruaru e os integrantes da oposição na Câmara estão indignados. Para mim está claro que a prefeitura tinha um acordo com a empresa que fazia a contratação dos shows e recebia a diferença entre os valores de alguma outra forma. Só com os shows dessas três bandas são R$ 465 mil dos cofres públicos que não sabemos para onde foram", pontuou o vereador.

Gilberto de Dora informou ainda que convocará a criação de uma comissão multipartidária na Câmara para apurar possíveis irregularidades no caso. "Vamos investigar essas contratações até as últimas consequências. Esta comissão deve reunir provas e encaminhá-las aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público e a Polícia Civil, por exemplo", cravou.

Por meio de nota, a Fundação de Cultura de Caruaru afirmou que exigirá explicações para qualquer diferença verificada, mas justificou que "o show de Wesley Safadão em Campina Grande, dia 25, será em um evento privado. Portanto, o cantor terá, além do cachê, metade da bilheteria". O órgão da prefeitura disse ainda que a apresentação do cantor no Parque do Povo acontecerá apenas no dia 1º de julho e que "no Portal da Transparência da Prefeitura de Campina Grande, até agora, não consta sequer a contratação do cantor Wesley Safadão para o show. Portanto, não há informação oficial sobre o cachê do cantor para que se possam fazer comparações".

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