História das eleições

Os Recifes rural e urbano

Cidade começava a crescer, espandindo do porto para os bairros da Zona Norte

MARCOS OLIVEIRA
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MARCOS OLIVEIRA
Publicado em 14/08/2016 às 8:01
Foto: Museu da Cidade do Recife
FOTO: Foto: Museu da Cidade do Recife
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Qual o Recife administrado pelos prefeitos nas primeiras décadas do século passado? Não são só as roupas, costumes e composição da população diferenciam a capital de hoje daquela de cem anos atrás, como também o próprio reconhecimento do que era de fato a cidade. Se atualmente a Veneza brasileira se confunde com as vizinhas Olinda e Jaboatão dos Guararapes, naquele tempo essa irmandade era menos nítida, com as áreas mais distantes do Centro tomadas por manguezais, que foram sendo substituídos pelos mocambos. 

Uma análise da planta da cidade de 1906 mostra que a ocupação ainda era concentrada nas regiões próximas ao Porto, como o Bairro do Recife e Santo Antônio, mas já apresentando o início de ramificações. A historiadora e doutora pela UFPE Vera Lúcia Braga conta que o núcleo de povoação, neste período, “já era percebido em arrabaldes como os correspondentes aos bairros de Santo Amaro, Espinheiro, Encruzilhada, Aflitos, Ponte d’Uchoa, Capunga, Torre, Madalena e Afogados”. “Toda população que vivia fora disso era Recife e não era Recife ao mesmo tempo, parecia outra cidade”, afirma a pesquisadora. Os vereadores e os prefeitos saiam sempre desse “Recife da gema (área central)”, discorre o historiador da UFPE Severino Severino Vicente.

A própria capital era dividida entre a parte rural e urbana. “As Avenidas Norte e Abdias de Carvalho, por exemplo, que hoje são indispensáveis para a cidade, naquele tempo não eram vistas como parte do Recife. Eram vistas como rural. Ainda existia esse Recife rural até a década de 1960”, explica Vicente. 

Foto: Museu da Cidade do Recife
Rua Padre Silveira Guedes - Espinheiro. Administração de Antonio Pereira (1951) - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Mário de Carvalho/Museu da Cidade do Recife
Carnaval de 1954 - Foto: Mário de Carvalho/Museu da Cidade do Recife
Foto: Severino Fragoso/Museu da Cidade do Recife
Audiência do Prefeito Pelópidas Silveira, na Bomba do Hemetério (17.01.1957) - Foto: Severino Fragoso/Museu da Cidade do Recife
Foto: Severino Fragoso/Museu da Cidade do Recife
Audiência do Prefeito Pelópidas Silveira na Bomba do Hemetério (17.01.1957) - Foto: Severino Fragoso/Museu da Cidade do Recife
Foto: Mário de Carvalho/Museu da Cidade do Recife
Inauguração da feira da Várzea (12.11.1960) - Foto: Mário de Carvalho/Museu da Cidade do Recife
Foto - Alexandre Berzin/Museu da Cidade do Recife
Rua de mocambos - Foto - Alexandre Berzin/Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Cruzada social contra os mocambos - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
O Prefeito Novais Filho na Faculdade de Direito - Foto: Museu da Cidade do Recife
. Foto:  José Cesio Rigueira Costa/Museu da Cidade do Recife
O Prefeito Novais Filho na praia do Pina - . Foto: José Cesio Rigueira Costa/Museu da Cidade do Recife
Foto: José Gomes/Museu da Cidade do Recife
Posse de Pelópidas Silveira (15.12.1955) - Foto: José Gomes/Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Praça da independência - bairro de Santo Antonio (1951) - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Bairro da Boa Vista e Parque 13 - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Centro do Recife - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Getúlio Vargas no Recife - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Getúlio Vargas no Recife - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Museu da Cidade do Recife
Aspecto parcial no primeiro plano plano Santo Amaro - Foto: Museu da Cidade do Recife
Foto: Alexandre Berzin/Museu da Cidade do Recife
Zeppelin, sobrevoa o Bairro de Santo Antonio (1936) - Foto: Alexandre Berzin/Museu da Cidade do Recife

Parte do desenvolvimento nesse primeiro período, conta o historiador, seguia também uma lógica que atendia o poder aquisitivo da população. “Você tinha os bondes que ligavam o Bairro do Recife até Casa Forte. O bonde já não ia para lugares mais pobres, como a Caxangá, uma área rural naquele momento. Esse caminho também foi seguido na implantação da iluminação elétrica e no fornecimento de água encanada.

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