Se perguntarem a Geraldo Julio (PSB) o que 51,15% significam em sua vida, são grandes as chances dele dizer que esse é seu número da sorte. Foi com essa porcentagem que o socialista foi eleito prefeito do Recife em 2012 colocando fim aos 12 anos de domínio político do PT na capital. Da mesma forma que João da Costa (PT) em 2008, ele foi apontado como um candidato desconhecido e sem brilho próprio. Ainda assim, desbancou nomes conhecidos da política nacional a exemplo de Humberto Costa (PT), Daniel Coelho (PSDB) e Mendonça Filho (DEM).
Antes de ser eleito prefeito com 453.380 votos, Geraldo Julio venceu uma disputa interna. Além dele, políticos experientes como Danilo Cabral e Sileno Guedes e o ex-procurador geral do Estado Tadeu Alencar estavam no páreo pela indicação de Eduardo Campos como candidato do PSB à prefeitura do Recife. O então governador construiu o discurso de que o momento exigia uma “nova política” e essa, por sua vez, estava atrelada à revelação de novos valores. Daí, a opção por Geraldo, ex-secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento Econômico.
Eduardo aproveita crise no PT e lança Geraldo Julio à prefeitura do Recife
Geraldo tenta a reeleição sem Eduardo e em meio a crise econômica
Prefeitos do Recife eleitos com a força dos padrinhos
Briga entre Joões derrubou o PT no Estado
Turbulência política do PT refletiu na gestão de João da Costa
Humberto Costa avalia erros na campanha de 2012
Vencida a primeira etapa, Geraldo precisava encarar outro desafio: tornar-se conhecido do eleitor recifense. Uma pesquisa eleitoral feita em parceria pelo JC e Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) após as convenções apontava o tamanho do obstáculo. O socialista aparecia com 6,8% das intenções de voto, bem atrás de Humberto (35,5%) e Mendonça (20,7%).
Eduardo pegou Geraldo pelo braço e reforçou em gestos e discursos que ali estava seu candidato. O técnico foi apresentado como o “faz tudo” do governo estadual e criou-se o slogan “Foi Geraldo que fez” para relacionar o candidato a projetos bem sucedidos da gestão eduardista. “Quero ser avalista dessa vitória. Geraldo vai colocar o Recife para entrar no ritmo de Pernambuco”, discursou Eduardo em seu primeiro ato de campanha ao lado de Geraldo, no dia 4 de setembro de 2012 no Ibura, Zona Sul do Recife.
“Procurou-se construir a imagem do candidato como um excelente gerente, alguém com um perfil capaz de transformar o Recife em um canteiro de obras. Basta lembrar que o símbolo adotado pelo candidato Geraldo Julio foi um capacete de engenheiro”, destaca o cientista político Juliano Domingues, da Universidade Católica de Pernambuco.
Colado a Eduardo, Geraldo assumiu a primeira colocação nas pesquisas eleitorais à frente de políticos experientes como o senador Humberto Costa e o ex-governador Mendonça Filho. Na reta final da campanha, o socialista viu o deputado estadual Daniel Coelho, também em sua primeira disputa majoritária, crescer e ameaçar levar a eleição para o segundo turno. No entanto, a vitória foi garantida ainda no em turno único com Daniel em segundo lugar ao receber 245.120 votos
