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Com três indecisos, bancada de PE votará pela cassação de Eduardo Cunha

Adalberto Cavalcanti (PTB), Eduardo da Fonte (PP) e Fernando Monteiro (PP) só definirão voto após reuniões dos partidos

Paulo Veras
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Publicado em 09/09/2016 às 9:10
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Às vésperas da sessão que pode cassar o mandato do ex­presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB­RJ), na segunda­feira (12), pelo menos três integrantes da bancada de Pernambuco ainda não definiram se votarão pela perda ou pela manutenção do cargo do colega. Adalberto Cavalcanti, do PTB, Eduardo da Fonte e Fernando Monteiro, ambos do PP, afirmam que só definirão como irão votar após reuniões das bancadas de seus partidos.

Na bancada pernambucana, 21 dos deputados federais prometem endossar a cassação e a perda dos direitos políticos de Eduardo Cunha. Pastor Eurico (PHS) disse que já tomou posição, mas ela só será conhecida no plenário.

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Bancada de PE - Eduardo Cunha

Um dos principais articuladores do processo que levaria ao impeachment da ex­presidente Dilma Rousseff (PT), o peemedebista tem trabalhado para esvaziar a sessão, evitando que o plenário tenha voto suficiente para derrubá­lo. São necessários os votos de 257 dos 513 parlamentares para a cassação, por isso as ausências contam a favor do peemedebista. Ele tem atuado principalmente junto ao PMDB e no chamado centrão.

Cunha tem feito de tudo para adiar a votação. A Câmara Federal tentou por quatro dias notificá­lo da data para votação da cassação, sem sucesso. Ele foi procurado no gabinete, apartamento funcional, residência no Rio de Janeiro e o aviso foi enviado pelos Correios. A última alternativa foi uma publicação no Diário Oficial.

Outra coisa que pode beneficiá­lo é o fatiamento das votações da cassação e da perda de direito político, como ocorreu com o impeachment da ex­presidente Dilma. Segundo Rodrigo Maia (DEM­RJ), novo presidente da Câmara, em tese, a decisão mudou o processo de cassação de qualquer um. O plenário deve se pronunciar antes da votação do mérito. Cunha já avisou que estará presente ao julgamento e falará, na tentativa de modificar votos.

"Não tenho dúvida de que na hora que Eduardo Cunha for cassado, 15 dias depois ele vai ser preso e vai fazer delação premiada. E esse é o medo do governo Temer", diz o deputado federal Silvio Costa (PTdoB), que aposta na cassação. "Lugar de ladrão é na cadeia", resume o deputado Gonzaga Patriota (PSB).

"Há uma preocupação nossa a respeito do acordo que foi feito entre PT e PMDB para separar a cassação de mandato da cassação de direitos políticos. Se houver a tentativa de prosseguir com esse acordo, como já está dito aí nos jornais pelo próprio Eduardo Cunha, nós vamos nos contrapor duramente. Porque não faz sentido a gente cassar Eduardo Cunha na segunda e daqui a um ano e meio ele voltar de novo eleito. É importante que isso não vire uma maneira de acabar com a lei da ficha limpa", sinalizou Daniel Coelho (PSDB).

Para Ricardo Teobaldo (PTN), dificilmente não haverá presença suficiente na Casa para votar a cassação. "Quem vai deixar de ir para uma sessão dessa com o Brasil todo de olho? Quem não vai é para não dar quórum e porque não quer que as pessoas saibam qual vai ser a sua posição".

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