Pesquisa IPMN/JC

Recifense aprova gestão Geraldo Julio, aponta pesquisa IPMN/JC

Levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau indica que o recifense entende o discurso do prefeito que de que foi afetado pela crise econômica

Da editoria de Política
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Publicado em 17/09/2016 às 14:00
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Levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau indica que o recifense entende o discurso do prefeito que de que foi afetado pela crise econômica - FOTO: Heudes Regis/JC Imagem
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O favoritismo de Geraldo Julio (PSB) perante João Paulo (PT) não se confirma apenas pelos percentuais de intenção de votos. Se no levantamento feito em agosto pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), o prefeito e candidato à reeleição tinha uma gestão desaprovada por 51,8% dos entrevistados e aprovada por 45,5%, agora a situação se inverte. Para 56,2% dos entrevistados, a administração socialista na prefeitura do Recife está aprovada e 39,5% desaprovam o governo municipal. Os eleitores que não sabem ou não responderam totalizam 4,3%.

A pesquisa IPMN ainda indica outro dado favorável a Geraldo. Os entrevistadores perguntaram aos eleitores se existe crise econômica no Brasil e 88,7% disseram “sim”, 10,9% falaram “não” e 0,4% não sabiam ou não responderam. Quando o questionamento é se essa crise interferiu negativamente na administração do prefeito, 71% dizem “sim”, 24,7% apontam  “não” e 4,3% não sabem ou não responderam.

A crise econômica vem sendo usada por Geraldo no guia eleitoral de rádio e TV como justificativa para não ter avançado mais em relação a seu programa de governo. O prefeito recorreu a uma estratégia usada em 2012 e enviou 910 mil correspondências para moradores de diversos bairros do Recife. Na carta, a crise é mencionada. 

“Estamos encarando uma das maiores crises que o Brasil já atravessou. Nessas horas, a gente precisa ser ainda mais forte”, escreveu.

Esse discurso vem sendo contestado pelos rivais do socialista. Para João Paulo, Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM), muitas obras ficaram no papel por ineficiência da gestão atual e não plea crise. 

No entanto, na avaliação de Adriano Oliveira, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador da pesquisa do IPMN, a ideia apresentada por Geraldo Julio em seu guia eleitoral e na carta está sendo bem assimilada pelos eleitores. 

“Os eleitores reconhecem que a crise fez com que Geraldo Julio tivesse dificuldade no governo. Ele é um prefeito que tem a gestão aprovada e prefeitos nessas condições tendem a ser eleitos”, destaca.

REJEIÇÃO

Assim como no levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) do final de agosto, o ex-prefeito João Paulo (PT), que tenta comandar o Recife pela terceira vez, lidera a rejeição entre os oito candidatos envolvidos na disputa municipal. Questionados sobre qual dos postulantes provoca medo caso assuma a administração da prefeitura da capital, 17,8% dos entrevistados escolheram o petista. Na pesquisa de agosto, ele liderava a rejeião entre os eleitores para 17,2%.

O prefeito e candidato à reeleição Geraldo Julio (PSB) tem uma rejeição de 12,5% dos eleitores entrevistados. Em agosto, esse índice era maior: 16,5%. A lista da rejeição é complementada por Pantaleão (PCO), Daniel Coelho (PSDB), Edilson Silva (PSOL), Priscila Krause (DEM), Simone Fontana (PSTU) e Carlos Augusto (PV). Para 47,1% não há rejeição a nenhum dos candidatos e 3,7% não sabem ou não responderam.

No comparativo com a pesquisa passada, a rejeição a Daniel e a Edilson foi ampliada. O tucano desagrada 3,2% dos eleitores em agosto e agora o percentual de rejeição é de 4,2%. O candidatodo PSOL foi rejeitado por 2,1% dos entrevistados no primeiro levantamento e agora incomoda 3,9%. A rejeição a Simone Fontana subiu de 0,6% para 1,3%. Já Priscila tinha uma rejeição de 1,4% ecaiu para 1,3%. A rejeição de Carlos Augusto saiu de 2,2% para 1,1%.

Até o dia da eleição, o IPMN fará outras pesquisas e é possível que os números mudem novamente. As alterações, porém, também devem ocorrer em outras frentes. A tendência é que haja uma redução nos votos em branco e nulo. “A questão é saber para quem vão esses votos”, afirma Adriano Oliveira, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador da pesquisa.

Adriano Oliveira ressalta ainda que essa eleição pode ser marcada pela tese do “voto útil” em que eleitores inicialmente dispostos a votar em candidatos intermediários optam pelos postulantes com maior chance de vitória. A avaliação é que dificilmente os eleitores de Daniel e Priscila, se resolverem migrar de candidatura, transfiram seus votos para João Paulo devido às diferenças políticas entre os partidos envolvidos.

FUTURO

Os eleitores também foram questionados sobre qual dos candidatos pode construir um futuro melhor para a população do Recife. Geraldo Julio lidera a preferência das pessoas pesquisadas com 33,6% das respostas. Em seguida, vem João Paulo (24.9%), Daniel Coelho (10,3%), Priscila Krause (4,5%), Edilson Silva (0,9%). Para 21,1% dos entrevistados nenhum dos postulantes tem condições de assumir a tarefa. Já 4,7% não responderam ou não souberam responder.

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