Eleições 2016

Geraldo: 'Quem sabe o que é o Compaz é o morador do Alto Santa Terezinha'

Prefeito e candidato à reeleição defende o projeto; adversários reforçam críticas de sociólogo ao modelo de segurança adotada pela gestão municipal

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 25/09/2016 às 18:47
Andrea Rêgo Barros
Prefeito e candidato à reeleição defende o projeto; adversários reforçam críticas de sociólogo ao modelo de segurança adotada pela gestão municipal - FOTO: Andrea Rêgo Barros
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No último domingo de campanha antes da eleição para prefeito do Recife, os principais candidatos envolvidos na disputa da capital pernambucana comentaram a análise do sociólogo José Luiz Ratton sobre o Pacto pela Vida e o Compaz.

Aliado do governador Paulo Câmara (PSB), prefeito e candidato à reeleição, Geraldo Julio (PSB) afirmou que não havia lido a entrevista de Ratton ao JC, mas defendeu o Compaz. “Não vi o que ele disse. Mas quem sabe o que é o Compaz é a comunidade lá do Alto Santa Terezinha (onde o primeiro equipamento foi instalado). É só perguntar aos moradores de lá que vão dizer qual a importância do Compaz”, declarou após participar de uma carreata na Zona Norte do Recife.

Geraldo não falou especificamente sobre o Pacto pela Vida, mas defendeu a sua gestão e a do governador das críticas sobre o aumento da violência no Recife e no Estado. “Tudo o que se relaciona à Segurança tem que ser revisado, renovado. Foi sempre assim que se trabalhou. Agora falar de violência é falar de violência no Brasil inteiro. A violência cresce no Brasil. Todo mundo sabe  que a crise tem uma forte influência no Brasil. Cresce em todas as capitais em toda as capitais do Norsdeste”, disse.

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João Paulo (PT) ficou de responder às perguntas do JC por email, mas não retornou até a publicação desta reportagem.  Em um ato de campanha realizado recentemente, o petista disse que sua primeira iniciativa quando eleito será pedir uma reunião com o governador para tratar da questão da violência no Recife.

Daniel Coelho (PSDB) disse que Ratton “constata um fato” e afirmou que não se pode pensar no Pacto pela Vida sem discutir a melhoria do sistema prisional. Ele afirnou ainda que o município deve ter uma ação preventiva e social e que a ação do Compaz não deve ser restrita ao equipamento. O tucano mudará a filosofia do projeto para torná-lo mais abrangente.

Priscila Krause (DEM) declarou que a intervenção municipal na Segurança é uma responsabilidade que o prefeito deve chamar para si e garantiu dar continuidade aos trabalhos realizado pelo Compaz do Alto Santa Terezinha, mas também defende uma mudança no programa. "Vamos fazer adequação para que ele tenha uma lógica de política preventiva", afirmou.

Já Edilson Silva (PSOL) disse concordar que o Pacto pela Vida faliu e informou que vai criar um observatório para tratar dos temas ligados à Segurança Pública. Em relação ao Compaz, ele disse que não vai investir recursos na criação de novos equipamentos além do que está pronto e dos que estão com obras iniciadas.

ANÁLISE

Da Holanda, por telefone, Ratton reforçou as críticas feitas ao Compaz e à gestão Geraldo Julio. "Ele propôs um Pacto pela Vida Municipal que não se concretizou. Pouco avançou. Jogou todas as fichas no modelo do Compaz, mas sem estabelecer para o Compaz um conjunto capaz de establecer um conceito de prevenção à violência", disse.

O sociólogo também disse que a justificativa da crise econômica não explica totalmente os problemas no combate à violência. "Pouco se fez nessa área (de segurança). Em defesa do secretário (Murilo Cavalcanti, de Segurança Urbana), eu digo que a secretaria tem um orçamento muto limitado. Mas o prolema não foi só de orçamento. Falta de decisão no nível central e e falta compromisso. Com o orçamento que se tem, poderia se fazer muito mais", pontuou.

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