eleições 2016

Incógnita sobre o futuro político de João Paulo

Petista afirma que não está pensando ainda em eleições futuras

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 31/10/2016 às 6:19
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Petista afirma que não está pensando ainda em eleições futuras - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A segunda derrota consecutiva de João Paulo em eleições majoritárias deixa em aberto o seu futuro político. Um dos cenários mais prováveis é que o petista volte a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2018, cargo que ocupou de 2010 a 2014. No entanto, o petista disse, na coletiva logo após o resultado das eleições, que não está pensando nas próximas disputas e que “a maior preocupação é com o sofrimento que o povo da nossa cidade está passando”.

João Paulo afirmou que não está, ainda, pensando nós próximos pleitos. “O cargo vamos ver mais para a frente, se disputarei o cargo que me cabe disputar. Não tenho nenhuma preocupação em disputar nenhum cargo. Meu cargo é lutar junto com o povo e essa, para mim, é a maior emoção a ter daqui para a frente. E se o povo quiser, nós podemos assumir um cargo, seja lá qual for, dependendo na nossa estratégia política. Mas não há uma pretensão de já sair dessa eleição pensando em disputar outro cargo”, disse.

Para o cientista político Thales Castro, ainda é cedo para dizer qual rumo João Paulo tomará na política. “Os políticos quando ganham ou perdem ficam vivendo nas primeiras 48h aquele momento de angústia, de ressaca. Então, eles costumam não dar uma pista do que vão fazer porque estão fortemente abatidos por emoção. Mas depois de duas brutais derrotas, a gente vê um encolhimento do candidato. João Paulo vai ter que repensar o seu futuro político como deputado federal, talvez em 2018. As cartas ainda estão para ser postas na mesa. Não sabemos ainda se é algo que enfraquece muito João Paulo”, analisa.

Contrapondo-se à opinião, o também cientista político Arthur Leandro enxerga um comprometimento político do petista de agora em diante. “João Paulo sai diminuído desta eleição. Dificilmente terá oportunidade de disputar com chance de vitória outra eleição majoritária para a Prefeitura do Recife, ou para o governo do Estado”, afirma.

ANTI-PETISMO

A derrota do candidato representa, também, uma resposta do eleitorado ao clima anti-petismo do País, na avaliação de Thales Castro. “Tem uma correlação absolutamente direta entre esse desgostos, esse desalento. O desalento dessa crise moral, de liderança, de governabilidade, ela mistura dois fatores: uma ressaca da população e do eleitorado com relação à política em geral e suprapartidária, e a gente vê uma ressaca do PT em relação à Lava Jato, Mensalão e outras operações subsequentes. Quando junta crise econômica e crise de liderança política, de governabilidade e de representação, você tem um eleitorado muito amargo com relação à política em geral”, explica. 

Sobre o futuro político do PT, João Paulo afirmou que a legenda irá discutir qual será a próxima estratégia, inclusive de apoiar outra vez uma candidatura de Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo do Estado. “Não vejo problema nenhum o partido discutir e apoiar a candidatura de Armando. Não há nem essa discussão, mas não há objeção. Acho que é muito precoce colocar uma pré-candidatura. Até porque serviria como alvo de ataques. Nós sabemos como nossos adversários são. Não há nenhuma posição”, disse o petista.

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