eleições 2016

João Paulo adota discurso de vitória política

Apesar da derrota eleitoral, João Paulo fala em vitória política pelo desempenho que teve, bem acima de outros petista pelo País

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 31/10/2016 às 6:12
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Apesar da derrota eleitoral, João Paulo fala em vitória política pelo desempenho que teve, bem acima de outros petista pelo País - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Logo após o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) encerrar a apuração das urnas, por volta das 19h desse domingo (30), João Paulo deixou a sala de coordenação da campanha no seu comitê no bairro do Derby para encontrar jornalistas que o aguardavam para a entrevista coletiva. O João Paulo que entrou na sala, de bom humor, sorrindo, era um João Paulo bem diferente do que perdeu o Senado em 2014. Há dois anos, o petista estava visivelmente abatido. A coletiva foi transmitida para a militância que aguardava na área externa da casa, que aplaudiu algumas respostas. Após a entrevista, o ex-prefeito foi ao encontro dos simpatizantes, que o recebeu com aplausos e ao som da música Energia, que tem como primeiros versos “Olha que eu conheço essa cara/ Você chegou de cima”.

A música combinou com a avaliação feita pelo petista, de que o PT pode ter saído derrotado nas urnas, mas teve uma vitória política importante na cidade. “Consideramos uma grande vitória política e até uma grande vitória eleitoral em relação a o que esquerda viveu no Brasil inteiro. Recife sai como uma referência até pelo percentual que nós tivemos. E isso nos unifica para nós darmos continuidade a nossa resistência e a nossa luta”, disse.

João Paulo também tentou nacionalizar o resultado da eleição, atribuindo, em parte, a sua derrota eleitoral ao cenário político do Brasil. “Tivemos um ódio feroz que foi colocado contra do Partido dos Trabalhadores. Foi uma perseguição seletiva por parte da mídia nacional. Teve um peso muito grande da nacional”, disse. O petista também citou a PEC 241, que segue para votação no Senado, a qual chamou também de “apagão social”.

Na entrevista, não faltaram críticas ao adversário Geraldo Julio (PSB). João Paulo disse que o socialista “vendeu uma realidade e enganou parcela da população” e chamou o programa eleitoral do oponente de “fruto de uma ficção ilusória”. O petista também acusou o prefeito reeleito de usar a máquina da prefeitura e do Estado a seu favor. “Teve o peso das duas máquinas, muitas denúncias de opressão a servidores, ameaças”, acrescentou.

Apesar da derrota, o clima na coletiva era de descontração. João Paulo disse que havia ligado para Geraldo Julio para parabenizá-lo pela vitória, mas caiu na caixa postal e deixou recado. “Minha parte eu já fiz com a secretária eletrônica”, disse.

O senador Humberto Costa (PT) agregou à derrota também a atuação da Justiça Eleitoral, que ele considera que foi insatisfatória. “Não foi determinante, mas nós fomos flagrantemente prejudicados por decisões da Justiça Eleitoral nessa eleição. É importante deixar isso registrado que outras eleições virão e precisamos ter uma preocupação cada vez maior com o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, que, em alguns momentos nessa eleição, não fez justiça”, disse.

NACIONALIZAÇÃO 

Na linha de nacionalização da derrota, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) lembrou de escândalos de corrupção contra outros partidos. “Nós estamos vivendo um momento em que todos os pecadores se resumem a um pecador: O PT. O que não é verdade. Parte dos eleitores que elegeram o atual prefeito, eles esqueceram que tem problema em tudo que é partido - PSB, PSDB, DEM, PMDB, PP e PT”, afirmou. 

Apesar da cutucada de Silvio Costa, João Paulo disse que a estratégia adotada na campanha não foi a de fazer acusações. “Quanto à Fair Play, Arena e outras operação, isso aí a Polícia Federal, o Ministério Público Federal é quem está apurando e vai se posicionar ao meu ver na medida de que consiga ter as comprovações dos fatos. A nossa estratégia foi de discutir a cidade e os problemas da cidade. Não foi de dizer que o prefeito era presidente, que teve uma suspeita de superfaturamento na obra. Não sei também até que ponto esse tipo de denúncia não contamina ainda mais a política. Não sei se esses ataques iriam resolver o problema”, afirmou o ex-prefeito.

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