EDUARDO CAMPOS

TRT condena PSB e empresários a indenizar família de piloto de Eduardo Campos

Causa total está estimada em R$ 2 milhões. PSB promete recorrer

Aline Araújo
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Aline Araújo
Publicado em 03/11/2016 às 18:06
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O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) condenou o PSB, a AF Andrade Empreendimentos e Participações e os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, a pagarem débitos trabalhistas, mais indenizações por danos materiais e morais, à família do piloto Marco Martim que morreu a bordo da aeronave que caiu em 2014, em São Paulo, matando também o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e outras cinco pessoas. A causa total está estimado em R$ 2 milhões. Defesa da família dos pilotos ainda aguarda julgamento da sentença do copiloto Geraldo Magela.

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Além dos débitos trabalhista, o juiz Samuel Batista de Sá, da 45ª Vara do TRT-SP, condenou partido e empresários por "omissão culposa", por contratarem pilotos sem a instrução necessária para pilotar a aeronave, afirmando ainda que Marcos Martins "estava submetido a uma forte pressão para dar conta do cumprimento da agitada agenda de compromissos do então candidato Eduardo Campos".

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Investigações apontam que o acidente que matou Eduardo Campos foi provocado falhas do piloto - Ricardo Nogueira/AFP
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Aeronave caiu em Santos, após sair do Rio de Janeiro, com sete pessoas a bordo - Ricardo Nogueira/AFP
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O tempo estava ruim no momento da descida, por volta das 9h do dia 13 de agosto de 2013 - Ricardo Nogueira/AFP
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Segundo a matéria d'O Estado de S. Paulo, o piloto foi obrigado a arremeter bruscamente - Ricardo Nogueira/AFP
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O piloto operou os aparelhos em desacordo com as recomendações e sofreu de 'desorientação espacial' - Ricardo Nogueira/AFP
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Dentre as possíveis falhas está a falta de treinamento do piloto Marcos Martins - Ricardo Nogueira/AFP
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Outra motivação pode ter sido o uso de um "atalho" para acelerar a descida - Ricardo Nogueira/AFP
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Aeronáutica deverá divulgar oficialmente o resultado da investigação apenas no início de fevereiro - Ricardo Nogueira/AFP

Os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira participaram da transação com a AF Andrade para compra da aeronave usada na campanha de Eduardo Campos. Os empresários são investigados pela Polícia Federal e chegaram a ser presos pela Operação Turbulência, que investiga casos de lavagem de dinheiro, sendo liberados dias depois. O Jornal do Commercio não conseguiu entrar em contato com o advogado dos empresários e da AF Andrade.

RECURSOS

De acordo com um dos advogados dos pilotos, Antônio José Ribas Paiva, a defesa ainda irá recorrer da decisão. Isso porque o julgamento não reconheceu o adicional de periculosidade e além disso, inocentou a vice-presidente de Campos á época, Marina Silva. Segundo a sentença, Marina alegou que não participou da relação de trabalho com Marcos afirmando que o piloto "não teria prestado serviços em seu favor". A afirmação é descartada pela defesa. "Marina Silva é responsável também. Ela se beneficiou dos trabalhos dos pilotos então precisa ser responsabilizada", disse Ribas. 

A defesa da família pilotos já entrou com um pedido de Embargos de Declaração, para que esses pontos sejam esclarecer. De acordo com Ribas, só se houver um erro fundamental é que a sentença será modificada, mas reparos poderão ser ratificados. 

Por meio de nota, o PSB Nacional afirmou que respeita a decisão da Justiça, mas vai ingressar com recurso no devido prazo.

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