PSB 10 anos

EPTI tem licitação pendente

A maior área de exploração foi vencida por empresa do ex-governador João Lyra

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 23/01/2017 às 7:37
Foto: Acervo JC Imagem
A maior área de exploração foi vencida por empresa do ex-governador João Lyra - FOTO: Foto: Acervo JC Imagem
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Uma outra inovação que Eduardo Campos tentou implantar na mobilidade foi a criação da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI). No seu primeiro mandato, foi criada a lei que autorizava a nova empresa na administração estadual. No segundo, ela foi implantada. A EPTI foi criada para formatar um novo modelo de transporte intermunicipal. Mas o funcionamento efetivo é questionado até hoje. No interior, a gestão de passageiros era feita de forma precária por um setor do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Pernambuco (DER), com um modelo da década de 60, e à mercê das empresas.

Hoje, a empresa está sob o comando de Luiz Medeiros, ligado ao PR e ao prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira. Medeiros já pediu afastamento para assumir a Secretaria de Infraestrutura.

Para a exploração do transporte intermunicipal, foram criadas três áreas de exploração do Estado. A licitação foi feita em 2014, mas o processo está em análise no Tribunal de Contas do Estado (TCE), que tem duas auditorias especiais sobre a empresa em andamento. Em abril de 2015, a Justiça suspendeu a licitação com base em uma análise feita pelo TCE. Um documento do TCE ao qual a reportagem teve acesso aponta a existência de vários vícios na licitação e recomenda a anulação do edital publicado em 2014.

A auditoria ainda está sendo debatida no TCE. Nos bastidores, a informação é de o relator, Ranilson Ramos, pediu o cancelamento da licitação. Outro conselheiro, João Campos pediu vistas. O processo estaria nas mãos da conselheira Teresa Duere e está pendente.

Das três áreas de exploração do Estado, a maior, que corresponde ao Sertão e parte do Agreste, cobrindo 80% do sistema, teve como vencedor o consórcio Progresso/Logo. A Logo é uma empresa do grupo Caruaruense, que pertence ao ex-governador João Lyra (PSDB), que estava no poder quando a licitação foi lançada. O restante do sistema ficou com o consórcio 1002/Rodotur e a Rodoviária Borborema. Procurado, o ex-governador João Lyra não atendeu às ligações, nem respondeu mensagens da reportagem.

RESPOSTA

Por nota, a Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI) informou que tem um quadro de funcionários hoje com 34 colaboradores, entre comissionados e cedidos de outros órgãos. O concurso público só será realizado quando for alcançada a autonomia financeira da empresa, que se manterá com 4% do total da receita tarifária do novo Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal de Passageiros (STCIP), que ainda não foi licitado. Segundo a nota, a empresa atua hoje "através de convênio de cooperação técnica operacional entre a EPTI e o DER, bem como com o Grande Recife Consórcio de Transporte que utiliza pessoal e equipamentos para realização das fiscalizações".

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