A abordagem de policiais militares a integrantes da troça Empatando Tua Vista, que faziam críticas ao prefeito Geraldo Julio e ao governador Paulo Câmara, do PSB, começou a ser investigada pelo Ministério Público Estadual. A 7ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos da Capital abriu procedimento preliminar para averiguar a violação à liberdade de expressão, denunciada pelo grupo, que teve as fantasias apreendidas pelos militares no sábado de Carnaval (25/02), no Centro do Recife, quando ainda se preparava para ganhar as ruas. A ação dos militares, que chegaram a invadir um edifício no bairro da Boa Vista, foi filmada pelas vítimas e gerou repercussão negativa para os governantes nas redes sociais.
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Um grupo do Empatando Tua Vista, agremiação que critica a abusiva verticalização do espaço urbano da capital, procurou o Ministério Público na quinta-feira (2/3). Além de instaurar o procedimento para investigar o caso, o promotor de Justiça Westei Conde requisitou à Corregedoria da Secretaria de Defesa Social o envio, em dez dias úteis, de informações sobre as providências tomadas em relação à denúncia protocolada pelos integrantes da agremiação, informa o MPPE.
Ainda segundo o MPPE, “à Polícia Militar de Pernambuco e à Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) do Recife a Promotoria de Direitos Humanos requisitou, respectivamente, o envio de cópia do boletim de ocorrência e da nota de apreensão apresentados quando uma das integrantes da troça retirou o material no depósito da Secon, no dia seguinte à ação policial”.
Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial acionada para investigar ação militar contra troça
O promotor encaminhou cópia do termo de declarações firmado pelos integrantes do bloco à Central de Inquéritos da Capital, às 35ª e 36ª Promotorias de Justiça Criminais de Controle Externo da Atividade Policial e às Promotorias de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital para que tomem as medidas cabíveis, completa o MPPE.
Os integrantes do Empatando Tua Vista disseram ao MPPE que o cerco à troça começou em 2016, quando a Secon teria impedido o desfile e danificado fantasias. “Viemos ao Ministério Público denunciar o estado de exceção em que estamos vivendo. Como se justifica mobilizar uma viatura e quatro policiais, que deveriam estar na rua garantindo a segurança da população, para impedir uma troça de sair? Não vamos abrir mão do nosso direito de nos manifestarmos”, disse Fernando Ribamar, integrante da troça, na reunião na promotoria. O grupo se comprometeu a enviar ao MPPE todos os registros, em fotos, vídeos e matérias jornalísticas, da atuação dos policiais que apreenderam as fantasias.
