O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin, voltou ontem a dizer que seu cliente não está tendo direito a julgamento justo e imparcial. Ele defende a tese de que Lula é vítima de um fenômeno crescente no mundo, o lawfare (guerra jurídica onde a lei é usada para perseguir inimigos políticos), sendo alvo de cinco processos sem que o Ministério Público Federal tenha levantado provas concretas.
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Zanin esteve no Recife, na noite de ontem, lançando livro que trata das violações a direitos fundamentais na Operação Lava Jato, num evento organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Universidade Católica, para relembrar os 53 anos do Golpe Militar de 1964 e o momento político atual. Mais cedo, em entrevista na TV JC, defendeu ajuste na lei que trata do abuso de autoridade, para que penas mais rígidas sejam aplicadas, “não para comprometer a imparcialidade, mas para coibir a autoridade que comete o abuso”.
A defesa de Lula deu entrada num pedido de habeas corpus que discute a suspeição do juiz Sérgio Moro, atualmente aguardando julgamento no Superior Tribunal de Justiça. Também denunciou o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, ao Conselho Nacional do Ministério Público, para que seja apurado desvio funcional. Questiona o fato de Dallagnol, em março do ano passado, ter apresentando numa coletiva de imprensa material em PowerPoint, “para atacar a honra e a imagem do ex-presidente, com acusações estranhas ao próprio objeto da denúncia protocolada na mesma data”. Nessa denúncia imputava a Lula o recebimento de vantagens indevidas por meio da propriedade de um apartamento no Guarujá e de pagamentos destinados à armazenagem de parte do acervo presidencial.
Advogado diz que não há testemunho contra Lula
Para uma plateia de estudantes, professores, trabalhadores, petistas e outros opositores ao governo de Michel Temer (PMDB), Zanin lembrou que das 102 testemunhas ouvidas, nenhuma fez afirmações que envolvem Lula em ato ilícito.