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Após Lista de Fachin, Armando Monteiro faz críticas a gestões do PSB

Para senador, havia um quadro institucionalizado em Pernambuco. Ele também falou sobre reforma política

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 14/04/2017 às 17:11
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Para senador, havia um “quadro institucionalizado” em Pernambuco. Ele também falou sobre reforma política - FOTO: Foto: Rádio Jornal
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O senador Armando Monteiro (PTB) fez críticas às gestões do PSB em Pernambuco, com base nas afirmações feitas por delatores da Operação Lava Jato, divulgadas ao longo da semana pelo Supremo Tribunal Federal. Para o parlamentar, que até o momento é o principal opositor do governador Paulo Câmara (PSB) para o pleito de 2018, havia um “quadro institucionalizado” em Pernambuco.

“Lamentavelmente, havia um quadro institucionalizado, pelas denúncias, em Pernambuco. Todas as obras que foram geridas de forma direta pelo governo do Estado ou obras federais que havia uma interferência do governo estadual, há denúncias em todas as obras”, disse, na manhã desta sexta-feira (14), em entrevista à Rádio Jornal. “Se verifica um quadro que se demonstra, de forma muito contundente, que em Pernambuco tivemos processos que apontam para situações muito graves, que precisam ser esclarecidas. Há uma confluência de depoimentos envolvendo os mesmos personagens e tudo converge para situações em obras de Pernambuco”, acrescentou.

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Questionado se as denúncias contra o PSB lhe trariam benefícios na disputa eleitoral, o petebista preferiu não fazer prognósticos. “Não faço esse cálculo de benefício A, B ou C. Os pernambucanos precisam de um esclarecimento. Os pernambucanos votaram nesses políticos. Há muita coisa que o pernambucano tem o direito e conhecer e deve exigir”, disse o senador, citando operações que envolvem nomes do PSB, como Turbulência e Fair Play.

Do PTB, partido do senador, foi citado o ex-deputado federal José Chaves. Para Armando, a leitura política é a mesma. “Todos terão amplo direito de defesa, o direito de esclarecer a posição de cada um”, declarou. Segundo a petição nº 6788 do STF, os delatores João Pacífico e José de carvalho Filho citaram o pagamento de R$ 100 mil a José Chaves no ano de 2010, para a campanha eleitoral.

Sobre o quadro nacional, Armando avaliou que a “Lista de Fachin” trará um “impacto profundo” nas eleições do próximo ano. Para ele, os fatos revelados ao longo da semana atingem os dois principais partidos que se alternaram no poder - PT e PSDB. Para Armando, Lula, apesar do seu prestígio político, foi atingido. Já o PSDB, avalia o senador, teve suas principais lideranças igualmente atingidas, inclusive com o envolvimento do senador Aécio Neves, presidente do partido.
O PMDB, partido do presidente Michel Temer, não tem quadro para apresentar, pois suas lideranças também foram citadas. “Fala-se no Dória (prefeito de São Paulo), porque ele é um candidato novo. Mas é muito cedo para fazer um prognóstico, ele só tem cem dias de governo. O quadro de 2018 é ainda muito pouco nítido. Ninguém sabe ainda o que virá e quais serão os candidatos”, pontuou.

REFORMAS

Armando Monteiro também citou as reformas que o governo de Michel Temer pretende realizar. Para ele, a reforma política não ficará pronta a tempo das eleições de 2018 e talvez seja necessária a implantação de uma constituinte, mas apenas após 2018. Para Armando, o projeto de Reforma Política apresentada na Câmara tem alguns pontos importantes, como o fim das coligações nas eleições proporcionais, a cláusula de barreira. “Acho que vamos fazer uns remendos precários até 2018, e a partir de 2018, com a autoridade política e a legitimidade que o futuro governante venha a ter, nós possamos dar curso a um processo mais amplo, que pode se expressar numa constituinte”, disse.

Na opinião do senador, o financiamento público será praticamente a única opção em 2018, já que a participação de doações de pessoas físicas foi muito pequena já em 2016. “Passado esse processo de 2018, quem sabe se discutir esse processo mais adiante, se possa ter um sistema misto, mas que discipline e regule de forma clara a questão do financiamento empresarial”, afirmou. Armando sugeriu o estabelecimento de um teto de doações ou para fundos partidários. “Isso vai ser algo que vamos discutir adiante. No momento atual, não há condições de reintroduzir o financiamento empresarial”, declarou.

Armando admitiu sempre ter recebido doações de empresas, todas de maneira legal. “Sempre tive uma proximidade com a área empresarial. Durante o tempo em que o financiamento empresarial era permitido, eu sempre recebi em todas as campanhas apoio das empresas. Esse apoio sempre se traduziu em contribuições e doações oficiais”, afirmou.

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