delação do fim do mundo

Bruno Araújo teria recebido R$ 600 mil da Odebrecht, afirmam delatores

Ministro das Cidades recebeu os recursos nos anos de 2010 e 2012, segundo depoimentos

Mariana Araújo
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Publicado em 14/04/2017 às 6:52
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Ministro das Cidades recebeu os recursos nos anos de 2010 e 2012, segundo depoimentos - FOTO: Foto: Divulgação
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Um dos inquéritos da “Lista de Fachin” investiga a doação de R$ 600 mil para o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), pela Odebrecht. Os valores teriam sido repassados em duas etapas: a primeira em 2010, no valor de R$ 300 mil, quando o tucano foi eleito deputado federal. O segundo repasse, também de R$ 300 mil, ocorreu em 2012, ano em que ocorreram eleições municipais.

Na sua delação, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Odebrecht, Cláudio Melo Filho, disse que foi apresentado a Bruno Araújo pelo superintendente regional da empresa, João Antônio Pacífico, e que depois desenvolveu uma “boa relação profissional e pessoal” com o tucano, principalmente na época em que ele foi líder do PSDB na Câmara. A amizade cresceu a ponto de Bruno indicar o ex-executivo para receber a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara, em 2012. Os dois também viajaram juntos à Ucrânia, pela Comissão de Ciência e Tecnologia.

Já João Pacífico informou que a empresa tinha interesse em manter a boa relação com o ministro, devido “ao seu grande potencial de vir a ocupar cargos políticos relevantes, como de fato ocorreu”. “Conheço ele desde que ele era adolescente, conheço a família dele, o pai dele, conheço irmãos. Foi uma contribuição que me foi pedida e eu consegui aprovar perante a companhia esses dois valores, tanto em 2010 quanto em 2012, de R$ 300 mil cada”, disse Pacífico.

RESPOSTA

Em nota, o ministro Bruno Araújo afirmou que Cláudio Melo Filho citou que a relação entre ele e a Odebrecht era “puramente institucional, sem qualquer contrapartida” e que o outro delator, João Antônio Pacífico Ferreira “desconhece qualquer atuação parlamentar minha a favor da empresa em questão”. O ministro disse estar “surpreso” com “as imputações que me foram feitas” e que “tenho convicção de que tudo ficará devidamente esclarecido”.

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