Reforma agrária

Paulo Câmara promete reajustar Chapéu de Palha em 10%

Governador de Pernambuco também anunciou poços, cisternas e comprometeu-se a lutar contra a Reforma da Previdência, diante do 6º Grito pela Terra

Editoria de Política
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Publicado em 17/04/2017 às 18:57
Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), vai enviar ainda nesta semana, à Assembleia Legislativa, Projeto de Lei para corrigir em 10% o valor da bolsa concedida a trabalhadores rurais pelo Programa Chapéu de Palha. Essa foi uma das promessas feitas na tarde desta segunda-feira (17/04) diante do 6º Grito da Terra, que reuniu camponeses ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetape) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) numa manifestação contra a Reforma da Previdência e cobranças ao Estado para uma melhor convivência com o sétimo ano consecutivo de estiagem. Câmara listou ainda medidas como perfuração de poços e instalação de cisternas para socorrer os trabalhadores na estiagem, “para que o produtor rural possa produzir mais apesar da seca”.

Dois decretos, criando comissões para desenvolvimento de um plano de reestruturação da Zona da Mata e de produção de orgânicos, também foram assinados. Câmara assumiu o compromisso de lutar contra a Reforma da Previdência numa articulação com governadores do Nordeste. No ato, lembrou o aniversário do Acordo do Campo, assinado por Miguel Arraes em 1963, que garantiu aos trabalhadores da Zona Rural direitos equivalentes aos concedidos aos urbanos, e a luta de Eduardo Campos (PSB) em defesa dos camponeses.

Doriel Barros, presidente da Fetape, disse esperar que sejam efetivadas nos próximos dias as ações, não só no Agreste e Sertão, onde a estiagem é mais grave, como também na Zona da Mata, “que convive com a miséria”. Sobre a bolsa do Chapéu de Palha, afirmou que a proposta defendida pela classe é desvincular o Bolsa Família da assistência estadual (quem tem Bolsa Família recebe valor menor do Chapéu de Palha). “O reajuste, que não vinha acontecendo, e a possibilidade de inserir mais de um membro da família são pontos importantes que conseguimos avançar nessa nova negociação com o Estado”, comentou. A bolsa do Chapéu de Palha varia de R$ 100 a R$ 246. Quando foi criada por Miguel Arraes, a ajuda chegava a uma salário mínimo, hoje no valor de R$ 937.
O Grito da Terra, em Pernambuco, reuniu cerca de seis mil trabalhadores rurais, conforme a Fetape. Um grupo liderado pelo MST acampou na sede local do Incra pela manhã e depois saiu em passeata pelo Recife. Unidos aos liderados pela Fetape, participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre Reforma da Previdência e, em seguida, em caminhada, deslocaram-se ao Palácio do Campo das Princesas, onde uma comissão reuniu-se por cerca de duas horas com o governador Paulo Câmara. Enquanto aguardava o resultado do encontro, a multidão gritava “Fora Temer”, “Golpista, a culpa é tua”, fazendo uma crítica ao Projeto de Reforma da Previdência do governo federal, que quer instituir a contribuição individual obrigatória dos trabalhadores rurais para fins de aposentadoria e aumentar a idade mínima, hoje de 55 anos para a mulher e 60 anos para o homem do campo. A lista completa de reivindicações pode ser acessada no site da Fetape.

Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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Líder do MST defende Lula e Dilma em ato do 6º Grito da Terra 

Entre os discursos, o líder local do MST, Jaime Amorim, fez duras críticas contra a política do presidente Michel Temer (PMDB), “que faz retrocesso nos direitos dos trabalhadores” e defendeu os ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff, “pelos avanços garantidos aos homens e mulheres do campo".

“Nossa luta pela reforma agrária é constante. Estamos aqui também para lembrar um ano do golpe contra a presidente Dilma Rousseff e o Massacre de Carajás”, destacou Amorim. O Massacre de Eldorado de Carajás ocorreu exatamente em 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos por policiais militares no Pará, na luta pela terra.

 

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